Seu nome era Lúria, corpo franzino de baixa estatura, loira de cabelos lisos, olhos miúdos de um verde claro que transmitia beleza e paz, mas que nem assim deixava de transparecer a tristeza que sua alma de menina carregava.
Sua infância havia sido marcada por acontecimentos que moldaram sua personalidade, que a fizeram um menina solitária, quieta, que raramente falava e quando o fazia, era o estritamente necessário.
Acabara de completar 15 anos, sua vida era comum como a da maioria das meninas da sua idade, frequentava a escola, onde sua presença passava quase que despercebida pelos colegas mas não pelos professores, era dotada de uma inteligência extraordinária, se saia bem em todas as matérias, coisa de que ela não se vangloriava, pelo contrário se retraía quando algum professor fazia um elogio ao seu desempenho.
Em casa ela não era diferente, morava com os avós desde a morte da mãe, do pai ela pouco sabia, apenas seu nome, Adamacêno, sua profissão, jornalista e sua aparência, pois guardava algumas fotos antigas e já amareladas como se fossem tesouros, ele havia abandonado ela e a mãe pouco após seu nascimento, nunca mais as procurara, talvez nem soubesse que sua mãe havia falecido, em sua mente de menina não compreendia o porque do pai ter partido, e não se conformava de não ser lembrar dele, pudera...jamais o vira.
De sua mãe, Gina, ela tinha muitas lembranças, a voz doce entoando cantigas de dormir, o sorriso fácil, o carinho, as brincadeiras pela casa, tudo para sua mãe era uma festa, sua alegria de viver era contagiante, Lúria tinha a mais genuína certeza que fora uma filha muito amada, ela jamais se esqueceu daquele fim de tarde em que a mãe não apareceu para buscá-la na escola, já havia anoitecido e as professoras estavam preocupadas pois ela sempre fora uma das primeiras a chegar para buscar a filha, sempre muito cuidadosa, jamais se atrasara um dia sequer, não o faria sem o devido aviso, lá pelas 19:30 quem chegou para buscar a menina foi a mãe de Gina, Lúria percebeu que a avó Gilda estava agitada, uma fisionomia pesada, olhos inchados, ela abraçou a neta e pediu para conversar em particular com a diretora da escola.
- Agradeço a senhora por ter esperado junto as professoras.
- Não há de que agradecer, é nossa função, é princípio da escola, entregar pessoalmente cada criança a seu pai ou responsável, nos causou muita preocupação o atraso, sinto que a senhora esta muito nervosa, sente-se, o que houve ?
Foi inevitável, Gilda sentou-se e caio em prantos, era como se de repente ai a portas fechadas pudessem enfim sentir toda a dor do ocorrido.
Entre abrindo a porta, Dona Marlene, a diretora, disse para uma professora que estava ao lado de fora.
-Por favor me traga um copo d'água com açúcar.
-Minha filha faleceu Dona Marlene! - disse Dona Gilda e começou a chorar de forma copiosa.
A diretora viu-se em uma situação muito difícil, não sabia o que dizer ante uma notícia tão inesperada e triste.
-Sinto muito, sentimos muito, conte conosco no que precisar, falo em meu nome e de todo o corpo docente.
-Muito obrigada, mas sinceramente não sei como contar a ela, pois ela já cresce sem o pai e agora isso!
Bate a porta e entra a professora de Lúria com a água, ela a entrega a Dona Gilda e é colocada a par de toda a situação, as três ficam em silêncio na sala, não é dita palavra alguma e nem é preciso, só o fato delas estarem ali até aquele horário já dava a certeza a Dona Gilda que elas se importavam.



.........continua.











Peço aos amigos que me ajudem em caso de uma possível correção, sou péssima em português, críticas também serão levadas em consideração. Tentando diversificar, sair do lugar comum rs ... Beijos e obrigada.






Loira Paulista
Enviado por Loira Paulista em 23/05/2013
Reeditado em 23/05/2013
Código do texto: T4305041
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