O CASO PERDIDO

Parecia ser um carro qualquer parado em alguma rua sem gente por perto. Rodrigo estava com muita esperança de continuar com os bois andando na frente. O boi anda na frente quando tudo está no seu devido lugar. A curva foi lenta, seu motorista sente que dentro do aço e plástico ofuscado pelos potentes faróis estava a pessoa que lhe custou tudo em sua vida. As coisas nem sempre são o que parecem ser; atrás do objeto está o homem – misterioso ser que a ciência e a filosofia tentam exaustivamente explicar. A figura de uma mulher surge no meio de outras pessoas e carros parados. Ela parece estar apressada, ou estressada, ou sem ter muito que explicar. Abre-se a porta do carro, seu homem a saúda e ela diz: “Preciso voltar para pegar algo que esqueci na sala de aula”. Demora alguns minutos e retorna como se estivesse aliviada de algo que podia ter acontecido, ou não acontecido. A volta para casa, o condutor de seu carro prefere, propositalmente, passar pelo mesmo lugar. As pessoas na rua o olham com atenção, a cena se forma do nada, parece que alguém havia passado naquele mesmo lugar há poucos minutos atrás. “Eles marcaram para outro dia”. Pensou o condutor. “É um carro branco já visto muitas vezes por mim e meu amigo na estrada”. Parece que andamos juntos e não nos víamos. Rodrigo e Pamela se amaram durante muito tempo. O amor dos dois sofreu dura sanção social, na verdade, Rodrigo era casado, e se apaixonou por Pamela. Nesta época ela era integralmente dele; o amor dos dois fez Campos dizer duas coisas: “Ela é uma safada, e ele mais safado ainda; safado e meio” e “Num tem jeito não; eles se gostam mesmo”. Rodrigo perdeu o emprego na loja onde trabalhava: “O povo num aceita não; homem com duas mulheres”. O coitado do Rodrigo teve que se humilhar ao que surgisse até que um dia decidiu assumir uma das duas: “Eu vou ficar com Pamela”. O rapaz muito contente ficou e resolveu uma questão de anos. Contudo, Pamela pensava que gostava do homem. Três anos depois de vida a dois, as coisas começaram a acontecer. “Se você não se congregar na minha igreja, num vai dar certo”. As reclamações de Pamela ficaram frequentes, até que Rodrigo passou reclamar também: “Sua comida é uma bosta!”. Pamela quando ouvia isso ficava muito irritada. Rodrigo trabalhava os dois turnos, e sua mulher apenas um. Pamela deixou, certa feita, bem claro para seu marido: “Gosto de resolver minhas coisas e gastar o tempo que eu quiser”. Rodrigo muitas vezes perguntava: “Mas, meu amor, tem que sair todo dia?” Isso durou por bastante tempo até que a mulher começou a esfriar na cama e a dizer grosserias para ele: “Vá se cuidar, rapaz!” Pamela passou a dar suas saídas duas, três vezes por semana. Seu marido finalmente acordou: “Você está me traindo!” Essa afirmação machucou tanto a moça que ela quis se separar de seu Marido. Foi passar uns dias na casa de seu irmão Dr. Cornélio. - Cornélio, Rodrigo está doente. Ele me dá homem todo o tempo. - Deve se os caboclos dele. - É isso mesmo! A gente tem levá-lo para a igreja para expulsarem o demônio dele. - Rodrigo, eu fico com você com algumas condições. Primeiro, pare de me dar homem; segundo deixe de vigiar minha vida, e terceiro, saia da macumba. Esses demônios estão enlouquecendo você. Rodrigou tentou fazer isso, no entanto, o fato dele ter parado de jogar dominó na casa do amigo Frederico, o fez mais presente no santo lar. Rodrigo passou a saber melhor os horários de sua esposa, o que o fez ficar ainda mais cismado: “Terça feira: Foi fazer compra e demorou demais”; “Segunda feira: O telefone deu um branco, não atendia de jeito nenhum”; As coisas foram aparecendo; um dia Rodrigo encontra os dois, Pamela e um fulano de tal bem pertinho um do outro. Outra vez, Rodrigo segue sua mulher, o que o leva novamente para bem pertinho do rapaz. “Meu Deus, eu num quero pensar mal, mas,...” Quando mais Rodrigo tentava ajeitar, mas coisas estranhas apareciam. Um dia Rodrigo foi buscar Pamela na faculdade. Havia um carro parado dois quarteirões antes. As calçadas estavam cheias de gente como que quisesse ver o espetáculo. Rodrigo passa com seu carrinho bem na frente do carrão. Não viu quem estava dentro, mas, sentiu que as coisas estavam diferentes, O rapaz chegou mais cedo; ela talvez não soubesse disso. Surpresa! Ela fingiu ter saído do prédio, mas, Rodrigo viu que isso na era verdade. Pamela foi morar com os filhos e Rodrigo saiu no mundo. Até hoje não se sabe para onde ele foi.

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 13/06/2013
Código do texto: T4339006
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