“Visão de ossos. De uma Antropóloga Forense”.

Caso retirado do livro “Visão de Ossos”- Alto Biografia- da doutora Brennan Seeley:

“08 de Maio de 2013.

Esqueleto encontrado entre as pedras do Quebra Mar em Santos/SP.

Pela estrutura óssea, é possível identificar que a vítima é uma mulher, aproximadamente 32 a 35 anos, traços delicados, 1,65 de altura. Tempo estimado da morte, 5 dias.

... Estava grávida... Esperava três crianças.

A vítima andava de skate dês de muito pequena e por isso tem várias fraturas espalhados e um pino no joelho.

Causa da morte: Ainda não identificada”.

Entrevista para uma revista local da Baixada Santista:

_ “Como no meu livro diz: “Eu, Doutora Brennan, Antropóloga Forense, Trabalho com Fósseis à 15 anos, em várias partes do mundo”. Mas, devo confessar que esse caso da skatista de Santos, foi o que mais me impressionou até hoje.

Não me agrada muito quando o caso me trás crianças... Neste caso, citado, eram três crianças, que nem tiveram a chance de nascer”.

Partes do caso, retirado do livro da doutora Brennan Seeley:

“Com o trabalho da minha equipe- estudando todo tipo de DNA encontrado no que sobrou da vítima- e o meu, estudando toda a estrutura óssea, concluímos que, nossa vítima se chama Anna Bonfim. Ela estava grávida de 5 meses, de trigêmeos... Foi molestada sexualmente e depois espancada até a morte.

Nossa vítima teve suas mãos amarradas, mas ela lutou... Lutou com o molestador/agressor, até o fim. Os bebês... Foram atingidos e machucados, pelos golpes fortes que a vítima levou na barriga”.

Entrevista:

_... É, eu devo admitir que apesar do tempo de experiência e de já ter visto muito, de tudo, e em vários lugares do mundo, eu me sinto muito tocada neste caso que citei.

Eu não vejo apenas ossos ou um cadáver qualquer; eu vejo uma pessoa, que teve vida, com um rosto, uma história. Uma pessoa que queria viver e que... Que acabou se resumindo em ossos, suplicando para ser identificado e que possa ter um fim digno: enterrado ou cremado, e principalmente, reconhecido por sua família.

Mas a Anna (Vítima citada à cima)... Essa carregava com sigo, mais 3 vidas além da dela. Era uma mãe, e uma mãe que lutou até o fim pela sua vida e pela vida dos filhos, que se preparavam para nascer/viver.

Continuação do caso de Anna Bonfim:

“O caso de identificação do corpo está encerrado, agora só o que nos resta é trabalhar para que a Polícia possa encontrar o assassino através das provas de DNA encontradas no corpo de Anna Bonfim.

Detesto tirar conclusões precipitadas, mas... Provavelmente o assassino é o pai dos bebês que a vítima esperava. Digo isso porque, pelo que já ouvi das testemunhas: ‘eles estavam separados e ele agredia Anna sempre que ingeria bebida alcoólica ou se drogava’. Mas, depois dos exames, a polícia irá capturá-lo. Que possam encontrar esse homem/assassino”. [...]

Entrevista:

_“Tento não me envolver emocionalmente nos casos e quase não me envolvo, pois os anos e as experiências me fizeram, ficar mais dura a respeito dos fósseis estudados... Me tornei, digamos que “fria”. Não sei se felizmente, mas isso em todos os aspectos de minha vida. Não sou uma pessoa muito sociável e passo a maioria do meu tempo- inclusive muitas folgas- estudando e trabalhando nos meus fósseis.

Amo o que faço e não acho que é sacrifício nenhum passar todo o meu tempo envolvida nele. Para mim, é mais que um dever achar a identidade dos esqueletos e contribuir no caso investigado- da morte-, é uma necessidade. Preciso disso para me sentir realizada, aliviada... Acredito que as famílias das vítimas também precisam.

Bom, vou onde os esqueletos, ou os corpos em decomposição- impossível para a identificação dos familiares ou dos peritos- são encontrados. Preciso fazer as primeiras identificações ainda no local onde esses, são estão. É melhor, pois assim, se preserva algumas provas: Posição em que a vítima foi morta- ou apenas encontrada mesmo. Se possível, como ela foi morta, com o que... É basicamente dessa forma que funciona. Depois, levamos para a centro de pesquisas e lá, eu com uma equipe de cientistas- 4, comigo- nos empenhamos em descobrir mais fatos que possam ajudar a nos levar a descobrir... Tudo. Ou quase tudo.

...Decidi escrever o livro, pois acho que o trabalho de um antropólogo forense é um trabalho de estrema importância, infelizmente, pouco conhecido, mas que precisa ser mostrado mais, de uma forma fácil, para que todos entendam. (Escrever é meu passatempo predileto).

Praticamente todos precisam conhecer como funciona um trabalho de um Antropólogo. Como é raro e como é fundamental que se tenha um profissional que ame esse trabalho, pois eu, Doutora Brennan Seeley, posso garantir que não é fácil. Para mim, é meu trabalho, que amo, então se torna parte de mim- mais fácil, digamos assim.

Precisam entender também, que não somos “Alienígenas”, seres de outro mundo, com um QI super avançado e por isso nos tornamos diferentes... Não é bem assim. Temos nosso trabalho- que exige muito da gente-, mas somos seres humanos, que também fazem coisas de seres humanos, tipo: Fazer compras domesticas, lavar uma louça, hum... Comer besteira, às vezes. (Risos). Eu faço isso, sempre quando possível.

Não mordemos só porque temos um QI avançado e nos dedicamos praticamente por inteiro ao trabalho de Antropologia... Só somos antropólogos, horas.

Ah, e antes que me peguem... Eu não entendo muito quando se trata de gírias, piadinhas, ou algo do tipo. Sou inteiramente empírica e lógica... Mas, me esforço para aprender. Meus amigos me dão uma força nesse aprendizado. (Risos).

É isso... Preciso ir, tenho um caso para resolver. Tenho um esqueleto... Alguém esperando por minha ajuda, e uma equipe dedicada, esperando pela minha contribuição.

Obrigada!”.

Jornalista_ Obrigada, Doutora Brennan.

Entrevista concebida, e Antropóloga indo em direção ao próximo caso... Que nunca é fácil e nem simples- nem para eles mesmos.

Que todos entendam!

Por: Bruna Gonçalves. (Escrito em: 26/12/2013).

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(Este conto foi baseado na série televisiva Americana: Bones. A séria é mostrada pela Fox nos Estados Unidos.

O contexto trata de investigações criminais de assassinatos, envolvendo restos mortais- principalmente ossos. Temperance “Bones” Brennan, é Antropóloga Forense, muitas vezes requisitada pelo FBI para ajudar na investigação dos casos, ao lado do seu parceiro- agente do FBI- Seeley Booth.

A série gira em torno de uma equipe de cientistas do instituto Jeffersonian, incluindo a doutora Brennan- a mais admirada e “mãe dos outros”, por sua brilhante inteligência, que muitas vezes a torna até engraçada.

Série dirigida por: Hart Hanson)

‘Não é uma cópia da séria, é somente baseado em tal. Com informações básicas da personagem principal, Brennan. Mantido uma parte de seu nome’.