O adeus não dito.

Um dia ela não disse adeus e eu não entendi o porque desse adeus... Ela saiu e nada me deixou, somente aquele adeus e uma saudade que vai durar até nossos corpos se encontrarem e nossas almas se abraçarem.

A dama de vermelho e branco que vira rosa, deixou-me apenas o cheiro de sua rosa e um adeus que não me deu... Como assim, não me deu? É, pois foi dito sem querer dizer... Quer dizer, foi deixado sem dizer. Foi forçado e empurrado, sem nem ao menos saber o porquê.

Um dia ela se jogou em mim e nós caímos juntas em um jardim encantado. Um conto de fadas? Não, não... Um conto de almas agarradas mesmo.

E havia uma cascata... Águas brancas e cristalinas, foi onde nos encontramos. Encontramo-nos no paraíso natural... Um lugar rico, sem riscos nenhum. Um dia retornaremos para lá.

A senhora do próprio destino se mostra em apuros, numa fragilidade profunda, onde a vida não é mais vida, onde a vida não se vê mais como antes, quando era uma bela vida (quando?)... A senhorita se cortou com a taça de cristal e se afogou no próprio vinho...

Me fará falta! ...O adeus foi deixado no chão molhado junto com as marcas de seus pés descalços. Um beijo na parede, com o batom de seus lábios, é um sinal de que existia amor e vontade de amar. Muita vontade de amar de de beijar o amor.

Última música tocada... Uma melodia com aspecto de vida nova e de vida deixada/derramada. A música era mesmo uma bela música, pois trazia a beleza da dama de vermelho e branco que vira rosa. Trago comigo esta rosa.

Uma folha de papel... Descrevia muito bem a alegria do começo até o fim. As palavras deixadas, não formavam o tal adeus e sim, uma vida descrita, uma vida bonita. Um amor sem fim, sabe? Pois é... Um amor por mim, sem fim.

Ah, e tinha os sonhos. Sonhava comigo, sonhava também com todos e com o mundo em que vivia e que queria viver. Não há razões alguma... Nenhuma razão existia e por isso o adeus não dito. Tinha mesmo era todas as razões e pronto! Mas vai saber se não ou se sim... Nessa confusão que é a vida, ninguém sabe de nada. Não dá para discutir sobre isso... Nunca deu mesmo.

Se algum dia houve razão, foi quando eu não existia e se algum dia houver razão, será quando eu não existir- ela dizia mesmo tudo isso. Mas, a razão está em mim. A razão está mesmo na ilusão que crio e que vivo. Não existe coisa alguma de razão e ilusão, pois tudo é qualquer coisa. Não interessa.

Um dia vai acabar- ela dizia... Um dia, a dor, o querer entender, o andar de patins, o amor, vão acabar. O amor será vivido em outro lugar, mas as outras coisas irão passar... Nada sobrará e o adeus será esquecido, assim como nem foi escrito ou dito.

Lembranças... Passado, presente, futuro... Um futuro esquecido, um passado revivido e um presente jogado fora. E o que isso importa agora? Vai saber, não é mesmo? Vai saber...

Mas nada importa agora, pois o adeus não foi dito e o que fica mesmo é só o adeus imaginado e também vivido/sentido.

Nada importa mesmo... Nada! Só tudo e qualquer coisa e o adeus que não me deu. Só isso.

Melhor parar e deixar a coisa quieta, no lugar. Um dia tudo se ajeita e irão para os seus devidos lugares, quando chegar a hora. Não adianta reclamar de cabeça desligada. Não adianta... Nada agora adianta, pois já foi e o adeus foi deixado mesmo, sem dizer.

Pronto, acabou! Não tem mais nada aqui e por isso não tem mais nada para dizer.

Ela não me deixou o adeus, mas eu vou tentar entender e me deixar levar pelo "levável" e o "irrelevável" mesmo.

Por: Bruna Gonçalves. (Escrito em: 13/01/2014).