UM CONTO MEDIEVAL

O CONSTRUTOR TEODORICO - OS ATRIBUTOS DAS *PERFEIÇÕES DIVINAS  (¹God is in the details)
 
Há muitos séculos, quando se construíam os grandes castelos e as imponentes catedrais, um mestre construtor e escultor já com a neve do tempo nos cabelos, curvado pelos anos, lavrava silente e de forma meticulosa um grande bloco de pedra. Dois ociosos jovens da nobreza passavam a cavalo ali por perto, e um deles jocosamente pergunta: - Ó ancião, nada ainda aprendestes além de quebrar pedras? Ele docilmente responde: - Não meu senhor. Estou apenas ajudando a construir essa grande catedral!

                              
A CATEDRAL
 

O MESTRE TEODORICO
O mestre, pela imensa humildade frente ao acintoso escárnio, era também um sábio - continuou em seu afazer que levaria muitos dias de meticuloso trabalho. Tal peça requeria respeitável habilidade por tratar-se de um ²capitel, que além de receber esmero nos detalhes requeria preciso equilíbrio, que tão só longa experiência pode dar.

      
     Colunas, arcos e capiteis. Beleza e precisão geométricas

Quanto mais se aproximavam os detalhes de acabamento a beleza haveria que vir unida à precisão geométrica dos fustes das colunas que os capitéis iriam encimar, e compunham a sustentação dos arcos das abóbodas da catedral. Para cada coluna ricamente entalhada, um capitel consoante a essa beleza estética.
            
           

O velho construtor-artesão era o mestre de obras responsável por toda a edificação da grandiosa catedral, todos os detalhes artesanais filigranados, rendilhados e com diversos motivos da natureza (folhas de Acanto*) e religiosos; portanto de todas as peças e seus respectivos encaixes, paredes e arcobotantes, naves, capelas, transeptos. Além disso, incluindo o coro, absides, claustro e celas. Enfim todo o edifício e seus ricos e detalhados ornamentos.
          
        
 A ALDEIA  

        
Recebia de forma constante a visitação de vistoria  de um bispo hospedado pelo cura da capela da aldeia próxima do sítio da construção. Era especialmente designado pela Santa Sé, através da diocese com circuscrição sobre a aldeia e a futura catedral. Sua finalidade era seguir o andamento das obras.
O xerife (sheriff) da aldeia, vivia seus dias de glória, com a construção de uma catedral, viriam as relíquias de algum santo, pedaços de ossos, ou roupas e objetos que tiveram contato com o santo taumaturgo. Melhor ainda, se o padroeiro a ser escolhido deixara algum desses relicários. E era claro que o arcebispo determinaria seu acolhimento sob as espensas de uma catedral. O xerife aos moldes bretões, tinha poderes administrativos consonantes com a coroa no território, ou condado abrangente pela aldeia.
Quando atuava na repressão para a manutenção da ordem, tinha um poder de polícia e judicial, mas limitado, seus atos logo eram repassados ao juizo de quem de direito, em um condado cincunscrito a uma cidade.
Com a catedral e os relicários, era evidente, iriam afluir centenas de romeiros e forasteiros, em busca dos milagres do santo, com isso se fixando na aldeia.
A aldeia crescendo, caminharia para ser uma cidade e sua função seria valorizada. A aldeia virando cidade, seria ele o prefeito, cargo de mais amplos poderes e, até teria seu próprio castelo.
Assim giravam todos os interesses entre todos, do menor cargo ao maior poder. Era o que mais importava. A qualquer custo. 
 

                     

Todos os cálculos eram de responsabilidade de Teodorico - “O Mestre Construtor”. Um mínimo erro de cálculo no equilíbrio dos arcos; arcobotantes insuficientes, mesmo os contrafortes se inadequados ao esforço de expansão das paredes, poderia abalar a estrutura de pedra e vinte, trinta anos, de paciente trabalho – que já havia custado a perda irreparável de algumas vidas - estaria irremediavelmente comprometido.
Daí todo o cuidado e as noites de insônia de Teodorico, apesar da experiência adquirida ao longo de muitos anos no ofício de construtor, não se conseguiria na Idade Média, fazer em uma vida mais que uma catedral desse porte.

Por esse motivo, tal era a razão em preocupar-se quanto a supervisionar, ordenar e prover a manutenção do bom desempenho de sua equipe, desde a pedreira que deveria fornecer o mesmo tipo e cor das pedras, passando pela formatação dos blocos e assentamento, seguindo estrita obediência aos traçados da planta em pergaminho.
Tudo isso o fazia ser um líder respeitado e de profundo conhecimento profissional. Seu esmero no ofício era mais notável quando observado mais de perto, mais ainda, quando as peças eram iluminadas pelos vitrais. Nesse particular, o jogo de luz e sombra emprestava à sua arte ares celestiais. Era quando sua perícia atingia o máximo de visualização e genialidade. Isto ocorria quando lapidava as filigranas na pedra, onde expunha todo seu desvelo cuidadoso ao desbastá-las: nem muito, nem pouco, favorecendo o balanço exato.


A peça que no momento ele trabalhava era um dos últimos capitéis. Esta peça - capitel - era como fosse sua assinatura para o Rei da Criação. Recebia uma textura detalhada e muito requintada, para compor identidade de estilo e forma junto às demais já prontas: o conjunto de colunas mestras do altar-mor.

Os arcos já se encontravam seguramente travados pela perfeita colocação das pedras lavradas pelos cortadores, seguindo em tudo os desenhos do mestre Teodorico, que as conferia uma por uma.

O arco, composto por blocos em cunha colocados adjacentes, se travam uns aos outros por compressão e mantém a forma em curva. Tais pedras eram geometricamente cortadas, sendo: convexas na parte superior, e côncavas na parte inferior de cada bloco.
Quanto aos capiteis, eram todas as peças rigorosamente iguais, distribuídas conforme os ditames da planta, para exercerem suas funções mecânicas de distribuição, sustentação e de transmissão dos esforços para o fuste das colunas, suportando as platibandas sobre os arcos, aquelas eram encimadas por paredes vasadas por gigantescos vitrais.
Tudo era grandioso na catedral.
 
O BISPO
Teodorico era um gênio no que fazia, apesar de sua natural simplicidade e modéstia própria dos sábios. No entanto era vigiado e interpelado de forma constante pelo obeso bispo, enviado da diocese. Mais parecia ser ele o mestre de obras e escultor. Dizia que as obras estavam caminhando muito devagar. Ora dizia para Teodorico ter mais cuidado nos entalhes das pedras, por outra, acusava-o de falta de controle sobre as diversas funções das equipes, reclamando que os homens bebiam muita cerveja nas refeições...
As quais diga-se, - eram fabricadas pelos monges de um mosteiro próximo.
As cervejas eram de dois tipos: uma muito forte para uso próprio dos monges, e outra fraca para venda.

Teodorico nada falava apenas pensava: - Meus homens bebem da cerveja fraca que teus monges subalternos fazem e vendem. Mas, todos os meus homens juntos, não bebem o tanto que Vossa Reverendíssima ingere da cerveja forte, nas refeições diárias. Meditava isso em silêncio...

O povo da pequena aldeia, nas cercanias do mosteiro considerava que Teodorico - o Mestre de Obras - fosse um fervoroso devoto, em especial do padroeiro da catedral: Santo Estevão “O Protomártir Cristão”. Fora eleito por decreto papal, consoante ao nome da vizinha aldeia, uma vez que a paróquia existente na aldeia era consagrada a esse mesmo santo e com a catedral inaugurada tornar-se- ia o seu padroeiro, registrado nos alfarrábios da diocese, após o visto e aprovo do papa. 
Na verdade, Teodorico por convicção pessoal e por força do ofício, não era devoto de nenhum santo, muito menos afeito a religião, seita ou igrejas. Trabalhava para qualquer diocese católica romana ou circunscrição episcopal anglicana que requeressem seus serviços e lhe pagassem. Construiria uma catedral Anglicana se fosse contratado. Era um profissional. Contudo, era devoto a Deus e nunca deixava de fazer suas orações. Pois assim fazendo, não teria nenhuma perturbação em sua alma livre. O tempo passa célere para quem trabalha duro, séria e dedicadamente.
Os últimos retoques de acabamento estavam por se encerrar em torno de uns dois a três meses, tempo esse que é menos que nada, frente à grandiosidade daquela catedral.


 
 HANNA
 
A
catedral de Santo Estevão se iniciara quando Teodorico era um jovem de vinte e seis anos de idade. Ficou viúvo aos vinte e três anos, com pouco mais de um ano de casado. Lembrava-se constantemente de Hanna, sua ruiva e bela irlandesa, embora já passados quarenta e cinco anos da morte de seu único amor na vida, que faleceu tão abruptamente sem que nada pudesse fazer. Ao menos soubesse onde poderia encontrar algum druida (sacerdote e mago celta) da crença ancestral de Hanna, para tentar curá-la. A febre e os espasmos lhe tolheram qualquer intervenção. Sua Irlanda (na época onde viviam druidas) estava muito longe dali. A emergência foi maior que qualquer de suas tentativas.
Talvez a terrível perda, seguida de desolação, tenham sido a causa dele voltar-se com total empenho para a escultura e a construção.

Os capitéis, colunas, platibandas, dosséis ou arcos que Teodorico entalhava, levavam ornatos e detalhes propriamente divinos, bem de acordo com o local e tipo da construção. Afinal os perfeitos, apurados detalhes, eram sua única paixão na vida.
                          
         
         A PLANTA DA CADETRAL - OS PERGAMINHOS


 
**
                                     
     ANIMA BLANDULA/ HOSPES ,
COMESQUE, CORPORIS
                                                                                                                                                                               
 
O velho construtor desenhava em pergaminhos, assinava-os e timbrava-os com o sinete a sua marca em tinta azul, retirada da planta Ísatis (Ísatis Tinctória); tal emblema ele mesmo cunhou: um anjo em figura de uma jovem mulher, ladeada em cima e em baixo com a gravação em alto-relevo, tanto o anjo quanto a frase em latim: “ANIMA BLANDULA/ HOSPES, COMESQUE, CORPORIS", [MINHA ALMAZINHA MEIGA/ HÓSPEDE E COMPANHEIRA DE MEU CORPO]. Uma perceptível imagem-lembrança, à Hanna seu único e maior amor.
                   
 
ZACCHIERI O "FISCAL DE OBRAS"

O bispo que se chamava Giuseph Nespi Zacchieri se aproxima de Teodorico, este percebe que o sacerdote viria implicar e dar palpites sem conhecimento ou razão; ficava pior ao tomar um ou dois canecos de cerveja forte; (este era um dos motivos da Sé o tornar um bispo itinerante; outro, era o fato do clérigo ser insuportável na sua teimosia, impertinência e implicância e por mais grave: não tinha discrição) daí não poder ficar nas sedes e muito menos em Roma na Sé. Era sua "função" fiscal de obras, igrejas e catedrais em andamento. E dele exigiam "relatórios", que eram mais para tê-lo afastado, sob controle e ocupado, do que ser levado em conta.Teodorico de total confiança da Sé, já preverá isso.

Zacchieri falava como se fosse ele que tivesse construido o templo: - Acho que logo poderei entregar minha belíssima catedral aos cuidados de Vossa Eminência Reverendíssima o Senhor Cardeal, para que ele possa louvar o meu esforço. Creio meu ancião que o Santo Padre, depois que houver inspecionado este meu maravilhoso trabalho, irá me elevar na hierarquia sacerdotal, com honrosas homenagens.

Teodorico calado ouviu a isso tudo. Nem sequer foi chamado pelo nome pelo religioso e o mesmo falava como se fosse ele que tivesse planejado e erigido a catedral, chegado que foi às obras há apenas nos três últimos anos, sendo uma obra que já durava meio século.

O bispo Zacchieri se dirige ao construtor: - Meu velho, tendo tantos anos de ofício, não achas ser: falta de noção tua; perda de tempo desnecessário na execução de todos esses detalhes nos capiteis? Tais peças vão ficar tão altas, no topo das colunas, lá junto das cúpulas, abóbodas e arcos! O que está fora das vistas desses infelizes aldeões está fora de seus corações ignorantes. Saiba ancião que ninguém vai ver esses seus arabescos, rendilhados, pássaros e folhas de ³Acanto.

Perdeu todo o tempo de sua vida; NINGUÉM VAI VER!

- Por que Vossa Reverendíssima diz isto? – Pergunta Teodorico.

- Porque as dádivas feitas a Deus devem ser veneradas, sagradas e vistas para que o povo dê graças e bênçãos a cada detalhe, mas nada é maior que o Altar-Mor, onde hospedará Deus. Seus filhos podem suplicar as bênçãos a tudo que estiver neste santo lugar, mas como poderão fazê-lo nas alturas onde estão seus capiteis eles não serão vistos. NINGUÉM OS VERÁ!

Sim, tendes razão Vossa Reverendíssima, mas como um representante dos Céus aqui na Terra, bem deveria saber que Deus é Onividente, Onipresente e Onisciente!

- O que significa isto ou tem a ver com o povo? Reafirmo que os fiéis não verão teus rebuscados entalhes!

- MAS DEUS OS VERÁ! - Conclui Teodorico. E retirando-se da presença do bispo Zacchieri, sem deixar de dizer:
- Oro por nós dois meu Caro Giuseph... 

 
                          A ORAÇÃO DE TEODORICO
                                                                            
 [- Senhor Deus. Que Vos amemos; que nos santifiquemos pela própria vida a nos ensinar; que Vos sirvamos e Te adoremos; tudo venhamos nós a esperar de Ti; que tudo recebamos de Vossa Generosa Mão, aberta para nós, pelo amor que nos tendes. Nos ensinai a sentir com suprema humildade os Atributos de Tua Perfeição Divina, para assim sermos capazes de percorrer o caminho até o Final. AMÉM].

E... não esqueças, pela fé que te resta, Giuseph Nespi Zachieri que indubitávelmente, "Deus está nos detalhes"... de tudo, e nos capitéis que sustentam a Catedral de Nossa Existência - DEUS OS VERÁ!

O bispo emudeceu. Ele um sacerdote, um clérigo...! Não pensara como Teodorico. Imaginava-o ignorante assim como julgava também o povo. 


Passados os três meses, o Núncio Papal se faz presente, com o corpo administrativo, jurídico e alto clero da Sé, para tornar assente de forma oficial a sagração da Catedral de Santo Estevão, com celebração de missa oficiada em Ação de Graças e Sagração por decreto do Papa. Seguiu-se grande festa popular com feira e tendas com produtos diversos em torno da Catedral. Muita diversão para o povo.
                                   

                           

Pintores vindos de Roma se assentaram em vários ângulos e pintavam "Quadros da Catedral de Santo Estevão" para a apreciação do papa e posterior galeria do Vaticano.
                       
                                       
                                        
                                     A CARTA DO PAPA
                    
                 

Um Secretário da Cúria Papal tinha uma carta do Papa destinada ao Bispo Giuseph Nespi Zacchieri, constava: “(...) Em vista os excelentes serviços prestados por Vossa Reverendíssima, que em apenas três anos auferiu resultados que irradiaram por todas as arquidioceses e dioceses do país; considerando sua alta capacidade de coordenação, liderança, abnegação e espírito de cristandade, tendo recebido as bênçãos de Deus em sua empreitada; considero-o um agraciado e abençoado Servo do Senhor. Pelos poderes divinos a mim emprestados, de acordo com as respostas às minhas rezas ouvidas por Santo Estevão, exercendo dessas prerrogativas o abençoarei para a Glória de Deus com a designação de Vossa Reverendíssima a implantar uma Catedral nos países mouros, para a remissão daquelas almas hereges e sacrílegas, salvando-as do fogo do inferno. A minha confiança de Santo Padre da Igreja e Chefe de Estado do Vaticano, repousa sobre vós Bispo Giuseph Nespi Zachieri. Que por nosso Deus Onividente, Onipresente e Onisciente, todo seu esforço foi e será recompensado: ELE TUDO VERÁ. Prostrar-se com toda Fé, eis o galardão do verdadeiro Servo de Deus (...)  [Carta assinada pelo Papa]

 
                     
                    TEODORICO RETORNA À IRLANDA
     
       FALÉSIAS-IRLANDA (MAIS DE 5.000 ANOS) ACIMA DE 200 METROS DO MAR. OESTE DO PAÍS

Teodorico, estava de viagem acertada de navio para a Irlanda, onde poria flores no túmulo de Hanna, para onde foi trasladada. Alí apenas continuaria o final de sua jornada. Deixou para trás, de passagem, pequenas igrejas e mosteiros de feituras rápidas na Itália e França, que no entando foram sua Escola, e as construções uma exigência de seu mestre (o melhor de toda a Europa) e como seu último feito concluso a catedral de Santo Estevão, na Grã-Bretanha.  
Nem se interessou pelo teor da carta recebida pelo bispo, mas pela expressão facial de Giuseph, adivinhou que não era aquilo que ele dizia e esperava. Voltando-se pela última vez para olhar a portentosa catedral, pensou em seus últimos arremates: os capitéis, e mais uma vez lhe veio à mente: Eles ficarão lá no alto das colunas cumprindo suas funções; silentes e quase invisíveis: MAS DEUS OS VERÁ!


                                   
                                       

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 NOTAS
* Perfeições Divinas – Os Atributos de Deus: Onipotência, Onipresença e Onisciência
¹. “God is in the details” – Deus está nos detalhes – Frase dita por Ludwig Mies Van der Rohe, nasceu em Aachen Alemanha, e morreu em Chicago, foi um arquiteto alemão naturalizado norte-americano. Van der Rohe, foi um dos maiores arquitetos, da escola de arquiteturas modernas, com Oscar Niemeyer este um dos nove maiores gênios na arquitetura.  Alguns atribuem equivocadamente esta frase a Albert Einstein. Van der Rohe, entre muitas outras disse também o famoso “Menos é mais”.
 ². Capitel – (Do lat. Capitellum) Elemento, ou peça de arte arquitetônica alargada, que encima o fuste de uma (coluna, pilar ou pilastra) servindo como suporte de resistência à transmissão do peso das platibandas, arquitraves, ou o início dos arcos.
³. Acanto - Planta ornamental, de folhas longas muito recortadas, notáveis pela beleza (Família das acantáceas.) Extremamente usada como modelo nos entalhes de pedras, mármore e outras, como decoração, ornamentos de capiteis, colunas e fachadas de castelos e catedrais. A Grécia Antiga tinha-a como modelo preferido e constante em seus templos e construções. 






 
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 28/05/2014
Reeditado em 14/06/2014
Código do texto: T4822866
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