MOTIVADO PELA COPA

Pensando na copa sobre a copa que se avizinha. Mentes ansiosas por notícias dos talentos daqui e de fora que podem fazer diferença na conquista daquela taça de ouro maciço e algumas pedras de diamantes. Ouvi dizer que seu preço é incalculável. Incalculável também é o valor de uma história. História de cada indivíduo que com suas ações modificam sua vida e toda uma sociedade.

A copa é a história de pessoas que sonham juntas com um país inteiro. Responsabilidade de não apenas superar suas dificuldades como também as habilidades dos adversários. Momentos em que talvez as derrotas ensinem muito mais que as vitórias. A vitória exige manutenção enquanto a derrota requer superação de fracassos que se mostraram insuperáveis em certo momento.

Santa superação que faz qualquer um ser mais forte do que aparentemente é. Eis aí o momento em que a copa deixa uma lição para a vida inteira. Artur é igual a tantos outros brasileiros que a cada quatro anos são invadidos pela histeria futebolística.

Começara a trabalhar no escritório do pai, aos treze anos de idade. E não parou mais. Ele fez de seu escritório sua casa. Vivia em função de si próprio. A única companhia era a da sua auxiliar que levava o seu café e lhe entregava um PF no almoço. E como ela encerrava o expediente antes de jantar, ele simplesmente não jantava. Tapiava o estômago comendo uns biscoitinhos destinados a degustação dos poucos clientes que iam lá. Era sem amigos e parentes.

Deixou-se ser solitário. Na solidão tornou-se egoísta. Seu escritório, na verdade, era uma prisão. Um prisioneiro que jamais tinha sido réu e que o único crime cometido, teve ele mesmo como vítima. Uma vítima que ficou quase quatro décadas sem reação desde que assumiu os negócios, inertilizada pela dor e fragilizada pela tamanha situação de debilidade em que se deixou encontrar.

Mas tudo isso começou a mudar cinco dias antes de comemorar seu quinquagésimo aniversário. Foi quando um médico lhe revelou seus problemas. Até então ele achava que seu mundo era de fato perfeito. Triste ilusão que algumas idas ao hospital mandaram para o espaço.

A recomendação foi a prática de esportes e a opção foi pelo futebol. E lá se vão quatro anos. Quarto aniversário daquele título mundial do Brasil que o motivou ainda mais a continuar se exercitando fisicamente. Ganhou em qualidade de vida e aos ciquenta e quatro anos de idade estava cardiologicamente apto a reviver aquela mesma emoção que o ajudou a transformar sua vida.

AdrianoSantos
Enviado por AdrianoSantos em 07/06/2014
Reeditado em 18/06/2014
Código do texto: T4836450
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