SALVO PELO GONGO

          Vejam só a minha imprudência, mas por outro lado minha habilidade e competência.
          Vinha eu de madrugada, tranquilo pela calçada, optei por um atalho, pra chegar mais cedo em casa.
          Sozinho naquela rua, nem mesmo o clarão da lua, apenas cachorro latindo, mas eu tranquilo, cantando e até sorrindo. Pensava assim, qualquer coisa eu corro, sou bom de perna! Morrer é que eu não morro. E assim eu vinha vindo.
          De repente eis que surge, do nada, à minha frente, um assaltante atirando.
          O primeiro tiro foi nos meus pés, mas eu pulei; pegou só na sola do tênis. O segundo, ele mirou bem na minha testa, eu me abaixei; só raspou o cabelo, cabelo branco por sinal, os vagabundos não respeitam nem isso mais. O terceiro, ele mirou bem no coração, pulei pro lado, apavorado; só raspou o blusão.
          Não sabia mais o que fazer. Pensei, é agora que eu vou morrer. O cara ainda deu um tiro na luminária do poste, para eu nada enxergar e não poder escapar.
          E agora, o que fazer? Mas nem pensei em correr, pois teria como resposta, um belo tiro nas costas.
          Ele se aproximou bem de mim. Pensei, agora será o meu fim. Mirou o revólver bem à queima-roupa, falando numa voz bem rouca: perdeu malandro.
          Perdi nada, pois foi quando... o relógio despertou e eu me acordei...suando.
Nathalicio
Enviado por Nathalicio em 21/06/2014
Reeditado em 21/06/2014
Código do texto: T4853013
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