A LEVEZA DO VENTO AZUL

Desperto com os primeiros raios de sol invadindo o meu quarto. Abro a janela e sinto a leveza do vento azul. O vento de todas as minhas manhãs que leva os meus pensamentos a Deus numa prece de gratidão pelo dia que se inicia e volta suavemente e se esconde no meu sorriso.

Depois, numa leveza que me encanta, faz uma seleção dos meus melhores pensamentos e vai de cidade em cidade, de casa em casa, e deposita nos corações dos meus amigos a minha amizade e ainda os beija docemente nos cabelos.

Ao retornar, ajuda um filhotinho de beija-flor colocando-lhe o néctar de uma linda rosa perfumada bem pertinho de seu bico.

Sabendo que eu amo a chuva desvia-se do caminho e vai conversar com as nuvens e as convence a se unirem pra satisfazerem a sua dona. Ah! Esqueci de falar que ele me sente como dona e tem prazer em me ver feliz - e por uns minutos mágicos as águas descem do céu. Coloco minhas mãos em conchas, seguro os pingos e lavo o rosto.

Sinto a felicidade escondida dentro de mim quando ele sussurra levemente nos meus ouvidos pedindo permissão para virar as páginas do livro que estou lendo. Sorrio. Ele brinca com os meus cabelos jogando-os sobre os meus olhos. Ao tentar tirar meus cabelos dos olhos ele levemente vira cinco páginas do livro, me perco na história, sinto-o sorrir de sua doce implicância.

Volto à leitura e dessa vez finjo que não percebo a sua peraltice. Ele descansa sob a almofada e tenho a impressão de que dorme.Hora de sair para resolver meus compromissos. Ao escutar o barulho do chuveiro e sentindo o meu perfume ele desperta. Se mistura ao meu celular, as chaves, o livro, a carteira e se esconde num cantinho da minha bolsa.

Menino levado, docemente levado com medo de ficar sozinho em casa. Ele nega, diz que não consegue ficar muito longe mim, que preciso de sua leveza. Concordo.

Pegamos o ônibus superlotado, as pessoas suam, ele sopra levemente o meu rosto e como se fosse um lenço umedecido desfaz o suor que insistia em escorrer pelo meu rosto.

Um lugar bem na janela fica vago, sento-me e ele descansa nos meus ombros olhando a paisagem.

Já se fez noite quando chegamos em casa. Noite de lua cheia e novamente meu vento de leveza azul vai aos céus e afasta as nuvens e minha lua aparece linda, iluminando a minha casa.

São 00hora e 5 minutos. Ele leva as minhas palavras ao Recanto das Letras agradecendo ao gentil leitor à atenção.

Lu

Maria Luzia Santos
Enviado por Maria Luzia Santos em 22/07/2014
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