NA SALA DE ESTAR
Deixei-me estar ao lado da janela da sala de estar por longos anos com um cigarro entre os dedos. Talvez o nome da sala tenha me confundido. Lá fora a vida corria solta. Balões, pipas e atropelamentos. A felicidade e a tragédia costumeira. Eu sabia que havia algo errado. Consequentemente, algo deveria ser feito, algo certo que, de alguma forma, anulasse este outro algo errado. Não poderia simplesmente ficar ali com aquele cigarro entre os dedos. Então, pensei comigo mesmo. "Ora, um cigarro não dura tanto." Magicamente ascendi outro, novinho em folha, e deixei-me estar. Na sala de estar.