Caminho

Era um dia como os outros, acordei e decidi caminhar, fui caminhando, caminhando e caminhando, quando percebi estava construindo um caminho por onde passava, e esse caminho inclinou-se levemente, logo tornou-se uma montanha, às vezes paro ao longo do caminho, olho para trás e mal enxergo o chão de partida, então decido seguir em frente, mas para seguir em frente devo ter cuidado, dar passo por passo, pois qualquer passo errado eu posso cair de um enorme penhasco, mas às vezes também paro e penso que seria mais fácil saltar deste penhasco, porém a queda me destruiria e acabaria me matando, me mataria mais rápido do que eu continuar caminhando normalmente.

O maior problema desse caminho não é a queda ou querer voltar atrás, mas o que encontro, os obstáculos são imensos, obstáculos que não consigo vencer eu decido ignorar, mas são esses que ignoro que voltam maiores e mais resistentes. Além dos obstáculos, existem alguns buracos, não são tão fundos, mas eu demoro perceber que cai em um e nele estou caminhando, isso atrasa a minha chegada ao fim do caminho. Penso comigo mesma, se vale a pena continuar nesse caminho cheio de obstáculos e buracos, se vale a pena pular deste grande precipício ou voltar por onde passei e correr o risco de me perder.

Mas também há flores nesse caminho, as quais eu colho e com o tempo murcham, podemos dizer que não existe nada gratificante no caminho, podemos concluir que quando decidimos caminhar é um erro nosso, pois as coisas ruins se sobressaem perante as boas, por ser um caminho sem volta, mas apenas com obstáculos e quedas, por que seria tão errado decidir seguir o caminho?