A Recaída...

Sabe quando você já superou que tudo acabou e já nem lembra mais que a pessoa existe?!

Pois bem, fingia muito bem que não lembrava dele e nem de suas carícias, fingia não me importar quando nossa música tocava, e fingia não sentir o gosto que o sorvete de flocos tinha quando em nossos lábios derretia, fingia não sentir o cheiro dele em minhas roupas, entre outras coisas eu fingia...

Era quase uma atriz perfeita, quem sabe até ganharia o Oscar.

Mais um dia, todo o meu trabalho de interpretação foi jogado por água a baixo. Depois de muito tempo sem o ver nem saber noticias, ele aparece.

Nossa, achei de teria um enfarte. Digo logo que ele estava simplesmente lindo, cabelos cortados mostrando um novo visual de arrasar quarteirões, fiquei branca e completamente sem palavras.

Quanto mais ele se aproximava de mim, mais ar faltava mais mesmo assim conseguia sentir meu coração palpitando e as lembranças passando como clarões em minha mente.

Quem disse que me lembrei das sacanagens e coisas que me fizeram chorar durante uma década ou de tudo que eu tinha feito pra tirar aquele homem da cabeça, que isso...eu não lembrava de coisas ruim só as boas passavam por mim.

Ele com o sorriso mais debochado e perfeito que já conheci se aproximou e um “Oi” de sua boca delicada me acertou em cheio.

Pirei! Como posso estar suspirando? Demorei tanto tempo para esquecer como era sua voz e agora com um simples oi estou tendo um treco. Não resisti e fui logo retrucando o comprimento:

-Nossa, achei que você tinha sido abduzido pelos ETs!

Com um sorrisão de canto a canto da boca soltou:

-É o tempo passou mais seu senso de humor continua o mesmo né?! Rs

É, tanto trabalho atoa mesmo, ficamos conversando durante horas. Falamos do que tínhamos feito sem o outro e é lógico que eu não disse que senti sua falta, sou orgulhosa de mais pra isso.

Quando depois de quase a noite toda papeando ele se aproxima do nada.

No meio de um discurso perfeito fui interrompida pelo silêncio. Ele se aproximando cada vez mais e aquilo me dava um calafrio maravilhoso, fechando os olhos já nem pensava em mais nada.

Colocando uma mão em minha cintura que tremia intensamente, ele me aproximou mais um pouquinho me aconchegando em seus braços, a outra mão alisava meu rosto.

Covardia! Ele sabia como me controlar naqueles segundos me segurando tão perto.

Beijou carinhosamente minha testa escorregando os lábios até minha boca.

Nossa, fiquei mole em 2 minutos. Queria tanto que esse momento voltasse, mesmo não querendo sofrer tudo que sofri novamente, sabia que seria coisa de um só dia. Daquele maldito dia de recaída.

Tenho que confessar que foi o melhor momento de minha vida. Afinal quem nunca teve uma recaída?!