O meu "eu"

Certa vez me pararam para fazer uma pequena pesquisa e me pediram para ser honesto com relação a minha opinião sobre o assunto em questão. Respondi meio indeciso sobre tal assunto.

Mais tarde, em casa, pensei sobre a minha resposta, fiquei divagando em meus pensamentos sobre se teria sido honesto, e para a minha surpresa descobri que eu tinha faltado com a honestidade com a pesquisa, mais que isso, havia muito tempo em que faltava com a honestidade perante os meus amigos, colegas, familiares, mas principalmente comigo mesmo.

Descobri que vivia mentindo, vivia em um mundo de mentiras produzido, dirigido, patrocinado, arquitetado e estrelado por mim. Percebi que de forma maquiavélica eu, quem diria, eu mesmo estava sabotando a minha vida, estava sempre me escondendo, me excluindo, me fechando, tentando fazer não transparecer o que sinto, nunca me abri, nunca fui sincero em relação a mim mesmo.

Descobri que existia um "eu" que a muito não era bem vindo na minha vida, este "eu" é o meu "eu emocional" que a um bom tempo era mantido em cativeiro pelo meu "eu racional", após esta descoberta tentei tirá-lo do cativeiro e consegui, porém, após anos aprisionados este meu "eu" perdeu os hábitos sociais, deixou de se divertir com o que um dia se divertira, o exílio o deixou amedrontado e o impossibilitou de levar uma vida saudável e de se relacionar com os outros.

Descobri que este "eu" esqueceu o dom do dialogo por a muito não usa-lo e que agora só conseguia se comunicar através de lápis e folhas, por finos caracteres rabiscados na folha branca então virgem.

Espero que um dia ele perca este seu modo silencioso e volte a se divertir.

Mattia Balossino
Enviado por Mattia Balossino em 24/10/2014
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