Não há tempo, ele se sente muito mais ansioso, estar como um nadador exímio, cada segundo o mata.
            Ganha a rua e agora precisa provar que a loucura do tempo é além de contagiosa, compulsiva. Mas avisar a quem? Um policial? Um mendigo? Um vereador? O prefeito da cidade? Mas, logo desiste, ele é apenas um simples cidadão, portanto não será ouvido, até pode considerá-lo um louco varrido.
            Desce apressados, os últimos degraus que dão acesso imediato ao centro movimentado, ao qual planeja algo terrível, porém com certeza eles o ouvirão. De repente se depara com o prédio do século XVIII, cujo andar de cima habita um relógio antigo, vindo direto da Inglaterra, todo feito a mão, trazido por navios. Ele sorriu, o teu plano maquiavélico estava por começar.
            Subiu contentes os cento e cinqüenta degraus, que o levava ao relógio, estava preste a fazer algo histórico, além do seu tempo.
            Demorou dois minutos para alcançar a sala do relógio, e chegando lá armou se de uma barra de ferro, respirou fundo, e com uma pancada precisa, acertou o ponto exato. Depois correu para o beiral da torre, e mais do que alto berrou:
            -Independência ou morte! Uma cidade que não ouvia nada nem ninguém, com um relógio parado diante da doentia correria.
André Mendes
Enviado por André Mendes em 11/12/2014
Reeditado em 11/12/2014
Código do texto: T5065763
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