Alice simplesmente Alice

Era uma Alice. Alice era uma vez o que era. Desde de muito pequena Alice chamava a atenção pela sua grande imaginação.

Caminhava em um quintal inventando príncipes, princesas, fadas e tinha as suas bruxas.

Quando tinha seus sete ou oito anos e o seu irmão e as suas primas deram um desenho para sua vó, ela deu uma história de uma princesa que inventará.

Passaram-se anos e essa história se perdeu dentro das lembranças que ela tinha da sua amada vozinha. Que era tão bondosa como aquela vozinha de conto de fadas.

A vida dela com os seus amiguinhos e inimiguinhos imaginários foi eterna.

Alice cresceu e descobriu que os amiguinhos ou inimiguinhos imaginários reais eram bem piores que os imaginários.

Agente sabe que a vida tem seus encantos, mas desencantos são bem mais complicados.

Ela cresce e vai tentando deixar aquele mundo de fantasia que viverá, mas as vezes a fantasia voltará. Ela fazia isso para fugir das crueldades do mundo. Sem precisar de qualquer tipo de alucinógeno.

A menina virá uma mulher bonita. Não a mais linda, mas mantém um certo charme e uma intelectualidade super charmosa.

Aprendeu que realmente não era comum. No começo foi um preconceito com ela mesma, mas depois aprendeu a ver graça de não ser comum.

Era pessoa amorosa, solidaria, mas também muito arrogante e presunçosa.

Aprendeu a se defender com sua poesia, com sua prosa e as vezes com palavras agressivas e de baixo calão.

Alice possuía duas naturezas diferentes, porém traziam semelhança em um aspecto. Eram as duas intensas.

Pareciam que eram duas pessoas em uma só, mas como o corpo dela era magro e pequeno precisava que uma morresse para que a outro pudesse sobreviver.

Trazia um ser dentro de si alegre, expansivo, bem humorado, criativo, guerreiro. Que via a leveza da vida, que via o amor. Pensava positivo, acreditava no futuro, tirava lições do passado, sem deixar de curtir a beleza que é ter o presente de viver no presente.

Quando essa Alice estava viva era como uma energia mental que trazia apenas o bem para si.

A vida era quase tão feliz como a das princesas encantadas, as vezes viam os desafios e nossa heroína encarava todos de frente.

Mas a mulher forte, corajosa e alegre morria para que a triste, depressiva, introvertida, aquela que via o mundo feio, como todas as pessoas fossem feias por dentro. Assim era a segunda natureza de Alice, mas ela nunca, nunca deixava de ser criativa, imaginativa.

Talvez a Alice triste fosse ainda mais criativa e genial.

O sofrimento vinha o mundo de Alice. As dores as tristezas, tudo isso junto.

Se ela se matasse mataria as duas. Isso triste o mundo ia perder.

Talvez ou quase uma certeza muitos não se importasse, mas quão grande seria o sofrimento daqueles que a amavam. Aqueles que conseguiam amar as duas Alices.

Com disse Renato Russo em uma entrevista ao Jô em 1994 ao se matar você pode matar a pessoa errada.

Mas o tempo passava e ela via nos seus textos uma maneira escrava e ao mesmo tempo libertadora. Que vinha lavá-la de todas as suas tristezas.

Certamente esse foi o presente que o CRIADOR deu a menina Alice para que quando fosse mulher conseguisse enxergar o mundo de uma forma diferente.

O céu do mundo de Alice sempre tinha duas cores independente de como seria o tempo lá fora. Ele era azul e radiante ou bem cinza.

Dependia de qual delas está ali. Era como as gemias de mulheres de areia, mas era duas em uma só.

As vezes aquele coelho apressado aparecia e dizia "Não posso falar com você agora, estou atrasado"

Parece esse mundo agente só tem tempo de ganhar dinheiro.

Dinheiro é bom, mas como dizia a musica dos Titãs "quem é mesmo o dono de quem?"

As pessoas se esquecem das coisas simples e essências. E vivem ansiosas, porque elas fizeram dividas.

O mundo está ai cheio de coelhos.

Alice vivia assim em mundo de Maravilhas.

E as vinha aquela pergunta " Alice, cadê, cadê Alice!? Cadê aquelas suas maravilhas?

Essa é a história de uma Alice real. De uma Alice ou qualquer Alice simplesmente Alice.

*A palavra inimiguinhos é um neologismo-Palavra inventada.

Viviane Barbosa da Cruz
Enviado por Viviane Barbosa da Cruz em 25/01/2015
Reeditado em 27/01/2015
Código do texto: T5113701
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