Vidas disformes

Viver intensamente a vida,sentindo todo tipo de sentimento. Amor,raiva,paixão, angústia e todo tipo de sentimento capaz de mexer com a alma,levar da mais pura leveza e sensação de paz,até a dor mais sufocante que ae possa imaginar. Como se do paraíso caísse diretamente no inferno. Uma tristeza sem fim,um peso insuportável a ser carregado por dias,talvez por anos.

E nada traz alívio, nem belos dias de verão, nem nada,pois o mergulho num poço fundo foi a única saída. E de repente uma certa alegria é capaz de tomar por alguns instantes aquele corpo já cansado e sem forças. Uma luz brilha intensamente no infinito. Parece uma saída para dias ruins.

Assim ela se sentia,com altos e baixos,tentava se equilibrar naquela vida que não compreendia. Tomava seu café da manhã e ia caminhar por ruas que não faziam sentido,era apenas asfalto,com construções de concreto e carros,pessoas e barulho. Tentava caminhar no caos que regia o cotidiano da cidade.

Não sabia para onde ir,não tinha rumo,ia com o vento levada pela intuição. A falta de razões para lutar, a necessidade de entender porque sempre caminhava pelos mesmos lugares. Talvez porque achava que as ruas eram todas iguais,não fazia diferença alguma mudar o trajeto.

Não conseguia ver o rosto das pessoas, todos eram como máscaras iguais,sem rosto. Talvez tivesse medo de ver rostos disformes, assim como via as pessoas,disformes em significado,em sentido,em carregar alguma coisa que realmente fosse verdadeiro. E seguia o baile de máscaras nas ruas movimentadas da cidade.