Maria e José

Ela era uma mulher simplesmente feliz, ou melhor: Simples e feliz (Sei lá porque, dá a impressão de que simplesmente é formada por duas outras: ”simples + mente e isso não era fato).Ela era feliz com o que tinha.Não havia a necessidade de mais nada.Afinal,para que mais? Tinha saúde, um marido, uma filha,uma casinha (branca com o barrado azul)onde plantava flores num pequeno jardim.

Seu quintal era ENORME: toda a natureza ao redor era seu. Perdia de vista tudo que possuía, olhava e até “lá” onde o céu se fundia com o horizonte era seu. Era apenas uma lavoura de café... Para que mais? Era o bastante. Acordava cedo, deixava o filho dormindo e ia para a lida ajudar o marido na ordenha do gado que tinham para o próprio sustento.Nunca havia tido mais que o que tinha, portanto não lhe fazia falta(não se sente falta do que nunca se teve).

Um dia para “quebrar o encanto”, surgiu nas terras de Maria e José, uma moça da cidade; Cheia de frescuras e dedos, ela parecia não crer que Maria pudesse ser feliz, vivendo naquela simplicidade. Esnobou. Jogou charme e humilhou o casal.

Como podiam afirmar que viviam felizes ali sem NADA?Ela tinha TUDO (?) e queria mais.

O que é ter TUDO?Qual o conceito de não se ter NADA?

Wal Ispala
Enviado por Wal Ispala em 12/02/2015
Reeditado em 15/02/2015
Código do texto: T5135289
Classificação de conteúdo: seguro