A cidade existêncial

Pensando...Os retalhos de pensamentos que sobraram não podem fazer mais nada agora, o cérebro desabitado e sem vida nos traz aonde estamos, afogados em concreto, os deuses do tempo nos fazem mudar a cada instante a cada tic-tac o mundo muda e você acredita...O local perfeito pode ser mais imperfeito do que isso? Se perguntava a cada gota de água que caia, por que água? Só chegavam perguntas e mais perguntas, nada demais pensava, é só a chuva...Mas o que se pode fazer com a visão ofuscada?

Perdidos entre ruas e pessoas, sem saber se estamos no meio, no fim ou no ínicio, da vida ou da morte, as veias não são mais as mesmas, falham a todo instante, o coração bate com tanto esforço que chega a dar pena, mas o que posso fazer? Tudo tão agitado e tão sofistificado para nós, mas nunca nos sobra nada, afinal nós temos alguma coisa? Estamos condenados a falsa vida, o ensinamento é inviável, a prática é inaceitável, o cérebro é censurado, os ouvidos não são mais filtrados, os músculos automáticos, tudo tão denso mas tão superficial...será que ainda temos tempo?

Só o sangue esquenta essa noite, principalmente quando não é o seu.Eu limpo a cidade, evitar comentários esnobes e pomposos e agir de forma cruel e suja para poder viver uma vida limpa e calma, elucidar lúcidos não é fácil, mas o metal corta logo a conversa...Será isso o que chamam de lei natural? Não há do que se arrepender, o exemplo é apreciado aos poucos e absorvido aos montes, a morte é temida e injustamente culpada, eu apenas me ofereço como culpado, lhe mostro sentimentos ocultos pela inércia da vida agitada, o ritmo aumenta a cada minuto...Por que nós valemos tanto assim?

Trabalhar e estudar, a rotina não cansa apenas oculta a falta de razão, a intenção está condicionada aos atos, o esforço é exagerado e a causa talvez seja uma desculpa...Vale a pena? Fechar os olhos é um alívio quando o que se vê é a sua própria realidade fora de foco, esse é o primeiro passo para se começar a viver ou morrer, a diferença entre as duas é tão pequena que começo a perder a visão...Tarde demais?

A cidade começa a aparecer, a chuva passa, os pensamento cessam e dão lugar ao movimento, a cidade poética está ausente durante algumas horas.

Battousai
Enviado por Battousai em 06/06/2007
Reeditado em 18/08/2008
Código do texto: T515577
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