HERÓI DE MIM MESMO...
Vez em quando me largo a desejar...
consumindo sonhos sem frear.
Talvez tenho ido longe demais(...).
E quando vou, vou na "banguela."
Quero consumir sonhos impossíveis;
sou louco; mas nem tanto e portanto,
amo demais a vida.
Impreterivelmente pincelo os meus
abstratos e escrevo o concreto,
lançando-me ao imaginário.
Vou em meu mundo, lá nas nuvens
me deitar(...).
Mas na realidade sei que não tiro os
meus pés do chão.
Nem tiro o meu "anel da prudência".
Sabe lá quando virá o tombo(...).
Enquanto isso vou tentando seguir
DRUMMOND:
(Amar se aprende amando).
Não me canso de chutar na trave...
pois sei que é um prenúncio de que
estou bem colocado e uma hora vou
"balançar a rede".
Sou herói de mim mesmo...
não choro pelo leite derramado
e minha rubrica são nada mais, nada
menos que os meus cabelos grisalhos.