O Incrível Caso do Homem que se Casou com uma Almôndega.

Um dia me casei. Lembro-me como se fosse anteontem. Mas me casei não com uma mulher, mas sim com uma almôndega, ou melhor, um ´pedaço de carne podre que falava e andava por aí como gente, e conversava como gente, e ia à missa todos os domingos como as gentes normalmente costumam fazer.

Um dia me casei, teve festa, teve bolo, troca de alianças, juras de amor eterno, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. Me casei, mas por um lapso, não sei porque, talvez um pesadelo, delírio ou um devaneio tolo qualquer, não percebi que se tratava de uma almôndega, e o que é pior, almôndega elaborada com carne vencida, e não de uma mulher, um ser humano, mas de um ser abjeto, rastejante e desconhecido dos cientistas......

E saía de mãos dadas com essa almôndega, a beijava na rua, ia aos locais públicos, honrava, enquanto todos, estupefatos, indagavam de si para si:

_"Nossa!, como aquele rapaz foi se casar com uma almôndega? Será que não percebe que aquilo não é gente, que é apenas um pedaço de carne podre? Meu Deus, que Mundo é esse? Aonde fomos parar? Tanta gente humana por aí e ainda existem pessoas que se casam com almôndegas, bonecas infláveis, antas, cães, abobrinhas, jilós, etc, etc, etc...

Outro dia fiquei sabendo pelas 'notícias populares' que uma senhora havia se apaixonado por um pedaço de linguiça toscana...

Existem ainda os necrófilos, os coprófilos, os zoófilos e outras aberrações, como o daquela moça que insistiu porque insistiu para namorar um pedaço de cocô que encontrou boiando no fundo do vaso sanitário do banheiro do Shopping Light...

É, realmente a humanidade desumanizou-se! O Mundo está perdido mesmo!

Obs.: Nada contra as almôndegas, que fique claro! Até gosto de comê-las de vez enquanto...