Mensagens Telepáticas

Nada incide na morte e nada engole o céu. Estou na lan house do shopping esperando o cinema abrir pra provavelmente matar tempo assistindo um filme de comédia previsível com o Adam Sandler. Saí pra almoçar sexta-feira dia 17 e não mais voltei. Aquele escritório ficará feliz sem mim? Talvez. A melhor coisa a fazer é escrever, escrever a qualquer hora. Mesmo que o mar tremule e ela chore e ela grite e eu chore e grite e pule e finja indiferença. Mesmo que a falange de anjos astrais encarne como mendigos esnobes e eu perca minha concentração em coisas supérfluas. Mesmo que o reinado dos tiranos perpetue. O que importa é escrever mesmo que a loucura seja ingrata e mesmo que as letras jamais revelem a luz e finalmente tu enlouqueça por si só. Ela me seguirá dentre feudos e campos suavemente enredados na mente que sussurra. Sussurro? Sussurro!? Isso é um clamor gutural imerso em no sense. Todos os empregos são tão letais quanto o laço que apagou Tiradentes. Quase nada incide nessa vida e nada é maior do que o céu. Na verdade Tiradentes devia ser mais um desses barbudos formados em universidades intelectualóides onde maconha é santo graal. Então deu uma de ativista e se fodeu pois naquele tempo os caras não eram moles? Relaxe os músculos da face e deixe o frontal trabalhar. Ela manda mensagens telepáticas e eu nem sei responder. Alguém envia o comando pra que eu encerre o texto.

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 20/04/2015
Reeditado em 20/04/2015
Código do texto: T5213749
Classificação de conteúdo: seguro