CASA VAZIA

      Abri devagar a porta, tudo em ordem, duas camas arrumadas. Vazias...
      Andei pelo corredor e cheguei à outra porta, uma cama, no canto o computador. Desligado.
Fechei e saí. E andei pelos corredores desertos e cheguei até a varanda, olhei a rua lá embaixo. Tudo silêncio.
Eu estava só.
_ Mãe, faz bolinho de chuva?
_ Outra vez? Faço sim...
_ Se é para fazer bolinho de chuva, você faz com  goiabada dentro?...
_ Tá bom. E você, pequerrucha, o que quer?
_ Huummm, deixa eu ver. Um chocolate quente...
_ Vou fazer...
        E fiquei à espera de ouvir risos e falação que enchiam a cozinha de alegria...
Mas foi há muito tempo. Hoje tudo é silêncio. E recordar.
Porém, doces recordações, nada de triste. Eles se foram, construir seus próprios ninhos, como um dia eu também o fiz...
         Hoje a casa está vazia. Mas eles voltam. Vêm me ver. E é com grande alegria que desarrumo as camas e ofereço a eles, no aconchego do lar que já foi deles e que hoje, apesar da solidão, continua como a muitos anos atrás,
onde até as paredes refletem o amor que sempre existiu ali!
 
Simplesmente Romântica
Enviado por Simplesmente Romântica em 08/05/2015
Reeditado em 08/05/2015
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