A Senhora Idosa e a Neta

Durante um plantão, quando amenizou o atendimento, perguntei ao médico que já tinha quase setenta anos porque ele não escrevia a história da vida dele, visto que já tinha vivenciado tantas coisas e que era muito conhecido, respeitado, e que se conta algumas histórias na cidade sobre suas peripécias de rapaz. Ele me disse que fez algumas coisas que teria vergonha se os netos lessem. Eu sorri e disse que de uma forma ou outra todo mundo fica sabendo de alguma coisa. E que nada melhor que soubessem contado por ele próprio.

Como ele eu estava de plantão. Reinava uma paz, parecia que a humanidade tinha resolvido não vir ao hospital.

Então doutor Rômulo contou que certo dia, quando muito jovem e recém formado, morando próximo a praça da prefeitura, chegou em casa cansado após um dia de plantão, era um domingo, tomou um banho deitou-se, pegou um livro para ler e terminou adormecendo.

Quando acordou era em torno das vinte e duas horas, estava com fome. Trocou de roupa e saiu para ver se havia algum local onde pudesse fazer uma refeição. Estava chuviscando e enquanto fechava a porta olhou para a praça e lá avistou uma senhora idosa e uma mocinha. Saí, peguei a calçada e fui atrás de uma refeição. Não sabia se iria encontrar visto que era novato na cidade de Parintins no Amazonas.

Voltei com algumas coisas para comer e ao me aproximar da porta para abrir a senhora idosa e a mocinha me abordaram dizendo que fazia um dia e meio que não comiam e como tinham vindo do interior também não tinham onde repousar.

Permitir que elas entrassem, dividi a comida, elas comeram, olhei para fora pela janela e chovia torrencialmente. Quando terminaram mostrei um quarto onde elas poderiam ficar até amanhecer.

Depois fui para o meu quarto e deite-me. A uma certa hora acordei com a moça deitada ao meu lado, nua a me afagar abri os olhos e começamos a nos relacionar, transamos como dizem os jovens de hoje em dia, quando terminei, ficamos um pouco deitados lado à lado e percebi que a senhora idosa tossia e pigarreava de forma afetada e insistente. Tive medo e fiquei assustado achando que a velha tivesse acordado. A mocinha disse-me vou para o outro quarto, agora é a hora da minha avó, ela também quer.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 17/06/2015
Reeditado em 06/07/2015
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