Guardem e Colecionem Retalhos de Lembranças da infância

Guardem e Colecionem Retalhos de Histórias da Infância

Bobagens de Criança

Guarde no nosso livro de historinhas.

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Quando Teresa Cristina, Maria Lúcia e Sandra Helena eram crianças Algumas pessoas diziam ali vem as gatinhas de botas. Todas as três usavam botas, cada uma tinha um par de botas pretas e um marrom. Todas tinham os pés sem curva, portanto eram pés chatos. A dona mãe Rosicler era muito exigente e as crianças tinham que calçar as botas assim que acordavam às seis horas da manhã. Era o dia inteiro de botas. Botas de manhã, de tarde, e de noite. Só tiravam as botas para dormir. Não tinha festa e nem coisa alguma que fizesse dona Rosicler deixar que colocassem outros sapatos. Eram tão pequenas, as pernas magras e finas. Mal suportavam o peso das botas e usaram botas até a adolescência. Quando a mãe desistiu, foi quando conseguiu que tivessem belas curvas em uns pés tão feiosinhos.

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É a de um ratinho que nasceu e ganhou o nome de TÃO RATÃO, esse era muito treloso e mexia em tudo. O seu nome verdadeiro é Bruno, mas o seu pai CHICO MULA só o chamava de TÃO RATÃO, porque ele era igual ou pior que o Yuji e o Netito. Inquieto, pulava muito, não ficava parado um segundo e ninguém o aguentava. Só a mãe de TÃO o aguentava, mas ele era impossível. Todo dia brigava com as irmãs e quebrava coisas. Esse ratinho sem vergonha fez xixi em um copo e colocou na geladeira, e sua mãe ao chegar do trabalho cansada e com muita sede, viu o copo na geladeira e achou que era suco de laranja. Tomou tudo, tudinho e só depois sentiu que era o xixi ou mijinho de TÃO RATÃO.

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Nasceu uma menininha muito linda, branquinha com os olhinhos brilhantes e que já nasceu sabendo muita coisa. Nasceu no dia 16 de abriu. A vovó dela esta viajando em Manaus e quando soube ficou feliz e preocupada pois estava distante nada podia fazer. Logo cresceu. Mas essa menininha adorava mexer nas coisas do quarto de tia Carol que ela chamava de AROL. Uma vez essa menina estava engatinhando e subiu uma escada de concreto áspero que levava ao segundo andar da casa recém construída, ralou seu joelho e seu pezinho e junto a porta do quarto de tia Arol começou a arranhar a porta como se fosse uma gatinha. Vovó que havia chegado naquele dia da cidade de Parintins estava no quarto com tia Arol. Abriu a porta, olhou e não viu ninguém, mas ao baixar a vista viu a Islinha, pegou ela, abraçou, beijou e soltou-a no quarto. E enquanto sua avó e tia conversavam, ela foi até a bolsa de tia Arol e em um minuto mordeu todos os batons e pintou toda a sua carinha como se fosse uma palhacinha.

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Senhor Bianor que era o pai de Teresa Cristina e avô de Bruno, uma certa vez, a noite ao subir as escadas de madeira do seu sobrado que tinha quase cem anos. Ao subir deu de encontro com um enorme rato que descia as escadas. Então os dois se assustaram e um com medo do outro correram, Bianor subindo e o rato descendo. Só que o rato ao passar no pé do vovô Bianor arranhou-o com força. Aí o vovô Bianor disse a vovó Rosicler; se eu começar a ficar estranho começar a ficar amarelo, babando, querendo morder ou roer você e minhas filhas, tome estas cordas e me amarre pois não quero prejudicar minhas filhas que são todas muito pequenininhas. Então vovó Rosicler (KEKE), disse: Eu não vou esperar que você comece roendo e mordendo vou o amarrar logo antes que isto aconteça e você nos roa.

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O mesmo fez Bruno correndo nas pontas dos pés e saltando e gritando com medo de um pequenino catita que corria dentro de sua casa da rua Begônia. Ele gritava pedindo ajuda a Almerinda, sua esposa, para que ela o salvasse do pequenino rato. Então Almerinda com uma vassoura correu atrás do rato e o matou, enquanto Bruno pulava em cima da cama feito um louco.

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Quando tia Gabriela nasceu o pai dela Francisco (Chico Mula) a chamava de Tucha ratucha. Ela era muito linda era um bebezinho que encantava a todos. O bruno nesta época tinha um ano, seus cabelos eram castanhos bem claros e encaracolados pareciam umas rosquinhas e ele chorava pois não queria que sua mãe desse de mamar ao bebezinho Tucha ratucha e gritava: tira essa menina chata dai, tira essa menina do meu gagau, então sua mãe tinha que dar de mamar escondido dele porque ele ficava puxava ela dos braços de sua mãe.

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Uma menininha chamada Isla quando chegou em Parintins com sua avó, tinha um ano e seis meses, fez uma viagem de avião, e ao sair do táxi e ao entrar na casa de sua vovó Teresa Cristina de mãos dadas com ela. Neste momento avistou o SPIFIF um cachorrinho branco que parecia um carneiro de lã, era um poodle. Então ficou como se fosse uma estátua paralisada olhando o cachorrinho pular e rodopiar em torno do próprio corpo, ela arregalando cada vez mais os olhos e abrindo a boca, enquanto isso, o SPIFIF pulava, latia, desejando as boas vindas.

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Tão Ratão e Tucha Ratucha, são irmãos, essa era uma brincadeira entre eles e o pai, mas os dois, irmão e irmã, brigam muito durante todo o dia e não dão sossego para a sua mãe, que muito se aperreia com essas brigas. Até que um dia pegou os dois e por alguns minutos colocou-os se abraçando, um virado para o outro. para que se sentissem como irmãos e pudessem se compreender. Mas a vida faz com que as crianças cresçam e só depois possam se compreender.

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Quando Carol nasceu Bruno e Gabriela disseram a ela que ela era uma ratinha que eles encontraram-na no lixo e cuidaram dela, porque ela era muito bonitinha e estava mexendo no lixo, então eles fizeram uma armadilha e a capturaram e para que ela ficasse parecida com uma menina cortaram o rabinho dela, apararam as orelhas, cortaram as unhas e rasparam os pelinhos do seu corpo, deram um banho bem dado e tiraram o cheiro de ratinho, colocaram perfume e talco, colocaram uma roupinha de menina, agasalharam, deram gagau e depois a colocaram para dormir. E quando ela acordou era uma linda menina.

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Tia Teté ou tia Teca era uma tia que gostava muito de Islinha e toda a tarde vinha às quatro horas tomar café com vovó Teresa Cristina, então as duas se sentavam na mesa para conversar e tomar café com pão quentinho. Depois que terminavam tia Teca sempre dizia a Islinha: Estou a esperando as seis ou sete para jantarmos juntas e a Islinha gritava com sua voz alta e fina: Tiaaaaa Tecaaaaa guarda meu jantaarrrr que jajáaaaaa vou.

Então ficava aperreando a sua avó para saber se já estava na hora. Quando chegava na casa de tia Teca ela colocava a mesa e a sopa e o pão e o leite e o café, e ela e Islinha se sentavam e comiam bastante. E conversavam e isso acontecia todos os dias de nossas vidas.

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Bruno era um menino muito treloso, corredor, pulador. Passava horas correndo e arrodeando o conjunto residencial João Novo, nessa época as casas não tinham muro que as separassem e por onde se olhasse, se via o corpo magro e fino de Bruno passando de quintal para quintal como se fosse um cabrito do sertão no meio do amazonas, seu cabelo era claro, meio loirinho e parecia uma poeirinha ao vento. Depois seu cabelo foi ficando preto, ele corria tanto que ficava fedendo a filhote de macaco. Ele e suas irmãs brigavam e as vezes ele se escondia no forro da casa com medo de levar uns tapas no bumbum, porque ele batia nas irmãs e jogava a feira na cabeça delas e estourava os sacos de arroz, feijão, farinha, café e açúcar, e dava muito prejuízo. Eu acho que ele tinha minhocas em seu juízo. Não pensava o que fazia e depois ficava com medo de ir para o castigo.

Muitas vezes depois de brincar muito ele queria continuar sujo e não tomar banho, suas axilas pareciam de cebola, seu corpo cheio de poeira e grude. Então sua mãe lhe pegava pelas asas (braços) e o levava ao banheiro e o esfregava de tanta sujeira. Então

ele gritava, mas ficava limpo, pois parecia que não gostava de água.

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Lela (Gabriela) era uma menina muito, magrela, toda bobinha que fazia muita tolice. Nem pensava e nem media, corria, gritava e pulava. Suas perninhas fininhas e seus braços magrinhos e abertos davam a ideia que ela ia voar quando andava. Ela não era maldosa, era boazinha e frágil. Seus olhos eram grandes e quando ela se espantava parecia que seus olhos cresciam e tomavam todo o rosto, tinha uma risada bonita e alta que parecia muito a vontade e era uma risada gostosa de ouvir.

Um menino chamado Bruno pedia a ela o seu dedinho emprestado e limpava o nariz dele. E ela muito bobinha vinha para a sua mãe e mostrava: olha o que Bruno fez, com a meleca do nariz dele na ponta do dedo mínimo dela.

Eu brigava, mas no dia seguinte ele fazia a mesma coisa, e ela aceitava.

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Bruno, Gabi e Carol tinham muito medo de uma velhinha que morava na mesma rua que eles. Nossa casa era a de número 35 rua Caruaru na Aldeia de Cima, Vila da Fábrica. Chamavam na de a velha dos gatos, pois quando ela saia na rua os gatos a seguiam e em cima da sua casa ficavam muitos gatos no telhado, seu terraço tinha gatos pelo chão e pelas cadeiras. Diziam que ela cuidava e alimentava muitos gatos. Ela era magra e feia e usava umas roupas compridas e era muito braba, especialmente quando passava e as crianças na rua gritavam: La vem a velha dos gatos, aí todos corriam com medo, pois ela gritava e esculhambava.

As pernas de Bruno e Gabriela chegava a bater na bunda de tanto correr e ter medo. Eu acho que eles pensavam que ela era uma bruxa malvada.

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Neco Nunes era um velhinho que andava de bengala, guarda chuva, chapéu de aba redonda, paletó, gravata e sapato social. Às vezes bebia muito e andava bêbado, mas as vezes andava pelas ruas falando alto e sozinho e mexia com o os braços e fazia acrobacias, dançava e rodava em torno de si mesmo com um guarda chuva na mão e variava da cabeça porque era muito idoso.

As crianças, quando ele passava gritavam Neco Nunes, varias vezes até importuna-lo. Algumas vezes ele jogava objetos ou pedras como se estivesse muito bravo. Não permitia que meus filhotes mexessem com ele, mas Bruno, Gabriela e Carol tinham muito medo, medo pavoroso e ficavam olhando de longe pela janela e se escondiam com receio que ele os pegasse e levasse. Mesmo que a mãe explicasse e mostrasse os motivos pelos quais não deveriam ter medo, deveriam respeito, este sentimento permanecia

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Luiz Rodriguez Alvares Neto (Neto, netito catito) é um menino muito ativo parece um cabrito pulador, sua mãe Gabi as vezes sofre com tanta eletricidade que sai dele, é preciso dar remédio para controlar tanta atividade e energia. O médico disse que ele tinha o diagnóstico de TDAH (Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade)

Mas ele ama seus priminhos Breninho e Islinha, e da muitas risadas quando ver a foto de Islinha e diz como ela é linda!

A vida dele é dizer que quer ser igual ao seu tio Bruno, pois ama muito ele. Quase que todo o dia ele pede a mãe dele para trocar o nome dele de Luiz Neto para Bruno. E a Gabriela tem que explicar que não se pode trocar nome e que Luiz também é um nome muito bonito, então ele entende e no dia seguinte quer trocar novamente o seu nome para Bruno. Agora que já tem entendimento já gosta do seu nome e não pede para trocar.

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Estou com muitas saudades e espero que todos vocês estejam bem e depois podem me dizer o que acham das minhas histórias. Gabriela, Rafaella ( Afa), e Neto se mudaram hoje dia 18 de agosto de 2013 para uma casa em Aldeia de cima, até aguardar que a sua fique pronta. Provavelmente só daqui a um mês quando tirarem as escoras que seguram a laje da sua casa na chácara.

Mas ela foi para esta casa alugada que pertence a uma pessoa chamada Valéria, mas esta casa no passado pertenceu a vovô Artur e Vovó Terezinha, depois a Vovó Helena, e depois a Tio Alfredo. Esta casa Vovô Bianor reformou para que sua filha Teresa Cristina morasse quando casou com Francisco, pai de Bruno e Gabriela. Nesta casa viveu Bruno e Gabi a sua primeira infância. E ai Gabriela com seus dois filhos foi cumprir mais um estágio de sua vida. Alugou, varreu, lavou, limpou. O Telhado é de telhas de barro e madeira aparente. Nas janelas agora são grades sem janelas e esta fazendo um friozinho e o mais engraçado. Por que devemos achar graça nas coisas da vida. Caiu a primeira chuva e as goteiras apareciam em todos os cantos e precisou colocar panelas para aparar os pingos. Então todos riram. e ela ligou e contou.

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Em todos os natais as três irmãs: Cristina, Malu, e Sandra ganhavam de seu pai, que dava a sua esposa Rosicler duas peças de pano de mescla azul e rosa, era ROUPA PARA UM ANO INTEIRO! saias, blusinhas, vestidos, macaquinhos e macacão. Nada faltava e se duvidasse ainda sobrava para fazer outras coisas. Papai me dizia que a mescla era um dos tecidos mais bonitos. E que quando ele era criança quem usava mescla e linho era rico. pois na época dele era uma calça de flanela e um tamanco de madeira, para os pobres. Imagine todas as roupas do mesmo pano e das mesmas cores, quando não era azul era rosa e quando não era rosa era azul.

Tio Amando que dirigia um caminhão gritava aonde via a gente: macarrão da pilar, pois o macarrão nesta época a sua embalagem era de um papel azul que parecia com a nossa mescla, além de que nós éramos magras e finas igual ao macarrão da pilar. Quando ele não se cansava de aperrear a gente, ele saia do caminhão agarrava Sandra e a colocava nos braços gritando macarrão da pilar, macarrão da pilar. Isto nos chateava muito. Mas também era muito engraçado.

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Antes de morarmos no casarão da Vila da Fabrica, que da para as ruas Pierre Collier e Comendador Muniz Machado. Moramos na casa da Ladeira da Gruta, hoje ao lado da Igreja Sagrado Coração de Jesus, antigamente era a sede da Banda. Casa muito boa espaçosa, guarda roupas embutidos terraço ao redor da casa e garagem externa, dependência de empregada e um terreno muito grande ao redor. Havia uma barreira que dividia a propriedade, nesta barreira quando éramos crianças brincávamos de caçar ovos de animais, e muitas vezes pegamos ovos de lagartixa e de cobra. Nós tínhamos estilingue, éramos desbravadoras, andávamos pelo mato como se fossemos verdadeiros pioneiros ou bandeirantes. Na minha visão de criança havia dois canos fortes de metal um que saia da barreira e tinha uma altura de dois metros e outro mais alto, talvez uns seis metros, que fazia um percurso na horizontal e entrava na caixa d’água. Nestes canos fazíamos acrobacias. Eu me sentia a estrela do circo e de lá de cima dos canos eu me pendurava, me enganchava pelas mãos e pelos pés. E lá em baixo as outras crianças ficavam batendo palmas como se fossemos um sucesso. Muitas vezes quando eu queria pensar corria pelo terreno e me escondia pelas arvores proibidas, as que a mamãe não permitia; quando depois de adulta fiz uma visita a esta casa, quase morri ao ver o quanto o cano era fino e que eu deveria estar morta à muito tempo, se não houvesse deus.

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Uma certa vez fui com meu pai para uma reunião muito importante onde ele fez um discurso muito lindo, e que todos o aplaudiram de pé. mas eu era muito criança. Algumas pessoas se ofereceram para cuidar de mim enquanto o meu pai estivesse no palco. Mas ele disse que não era necessário e que eu iria me comportar. Então ele me disse terei que falar para muitas pessoas e não vou poder olhar você, mas pode fazer o que quiser, comer o que quiser, pular o quanto quiser, não pare. Então me olhou nos olhos profundamente se afastou e subiu no palco. Eu olhei para todos os lados vi um banco com um lugarzinho, lá me sentei e esperei meu pai se aproximar. Quando ele chegou pegou na minha mão e segurou, e as pessoas elogiando o quanto eu era educada, depois ele pegou um lanche para mim, ele conversou um pouco e viemos embora para nossa casa. E eu lhe perguntei: porque você me mandou pular, correr. Ele me olhou e disse: Você é a menina do contrario. Você não ver que quando digo que você tem umbigo, você diz que não, que tem dois bigos.

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Na casa da Ladeira da Gruta, hoje residência dos padres, era a nossa casa da primeira infância, uma vez Sandra desceu para brincar na gruta, lá da casa o papai e Lou, meu irmão a olhavam. E lá tinha um cajueiro carregado de maturi (frutinhos) e quando Sandra chegou em baixo do cajueiro, surgiu um boi todo preto, brabo, que bufava pelas ventas, e raspava o casco na terra, fez pontaria e começou a correr atrás de Sandra, e quanto mais ela corria, mais o boi corria, foram varias voltas em torno da gruta e em torno do cajueiro. Meu pai, meu irmão e todas nós fomos correndo para tentar ajuda-la. Quando o boi ia pegá-la meu irmão gritou para o boi que desviou a atenção dele e deu tempo para que Sandra subisse no cajueiro. Ela era ainda tão pequena que nem sei como ela conseguiu subir no cajueiro.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 06/07/2015
Reeditado em 06/07/2015
Código do texto: T5301927
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