A DESPEDIDA

Eu o segurava pelas mãos, pensativamente. Parece que naquele instante, o mundo dava voltas e eu aproveitava para pensar sobre todas as vezes em que ele esteve comigo, sobretudo, nos momentos mais íntimos.

Meu sangue esvaía-se e ele fazia tentativas, em vão, para me livrar de mim mesma. Ele tentou por diversas vezes me poupar de todos os desconfortos que eu carregava comigo. Agora, contudo,não haveria mais tentativas, pois, era eu que deveria aplacar o que sentia, minhas necessidades. Era de minha responsabilidade me libertar de uma vida limitada como aquela que ele me oferecia.

Assim como de tantos outros, eu já havia esperado demais dele. Era bom, mas nunca fora o bastante para mim. Nunca realmente conseguiu me preencher ou abastecer-me como eu queria.

Ainda em silêncio, o gotejar do chuveiro era o único barulho que invadia o ambiente , e nossos sentimentos de adeus marcavam para sempre um novo ciclo. Eu já tinha decidido pelo ato extremo: aquela marca de absorvente NUNCA MAIS!

Eliane Vale
Enviado por Eliane Vale em 12/07/2015
Reeditado em 18/07/2015
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