A Menina Fantasma

No sobrado cor de rosa ninguém ligava muito.

Mas nas noites escuras ou nas manhãs chuvosas um pequeno vulto corria a brincar pela casa e no jardim. Lembro-me ainda que no café da manhã eu e meu pai pai vimos uma menina, que deveria ter em torno de oito anos, entrar no banheiro correndo e arriando as calcinhas como se fosse urinar.

Meu pai me via olhando e perguntava você também viu? e eu saia na disparada abria a porta do banheiro e não tinha nada e nem ninguém.

Muitas vezes ela passava correndo próximo a nossa mesa de café e parava próximo a porta de saída para o terraço e olhava para trás.

Isso acontecia quase que todos os dias.

Numa noite lá pelas nove horas, fechou-se a casa, estávamos nos recolhendo para dormir.

A nossa casa era de primeiro andar um sobrado de quase cem anos, bonito. Meu pai sempre antes de dormir ficava um pouco na janela e fumava um cigarro ou dois para se deitar. Então ele percebeu que o portão que dava para a rua e para o nosso Jardim estava apenas encostado não tinha sido fechado, aí minha irmã se ofereceu para ir fechar contanto que ele ficasse na janela para olha-la. E eu e a outra fomos para a janela para vê-la fechar o portão.

Ela fechou o portão e ao se virar para voltar começou a rodar, a levantar as mãos para cima e a gritar.

Então nós vimos a menina que corria em volta de nossa irmã querendo pegar a chave da casa.

Papai teve que descer as escadas correndo por que a minha irmã estava com medo e gritava muito.

Lembro-me das noites em que tinha que estudar e via o vulto correndo pelo jardim que dava para a biblioteca. Eu corria atrás e quando chegava diante do muro ela desaparecia. Quando de volta a biblioteca eu via-a abrir a porta e fecha-la atrás de si em um estrondo.

em um dia de semana, lá pela meia noite e um hora da manhã, o vigia estava a conversar com alguns rapazes das casas vizinhas, quando de repente ele perguntou: Vocês viram? Então saiu correndo à procura de algo que os rapazes não viram. Segundo relato do vigia viu uma menina sai da nossa casa correndo. O vigia pede a ela que pare. Ela corre e ele tenta alcança-la. E quando já prestes a descer a ladeira da gruta a menina vira-se de frente para o vigia e este desmaia.

Os rapazes que viam em seguida nada entendiam. Colocaram o vigia em uma calçada tentaram acorda-lo. Deram-lhe água e ele contou o acontecido. Fui atrás por pensar ser uma das meninas do sobrado que tivesse fugido de casa e acrescentou: Ela esta nua. O vigia pediu demissão na semana seguinte.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 27/07/2015
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