O Balé das Borboletas Azuis

Meninos e meninas brincavam no parque central da cidade. Debaixo dos grandes círculos provocados pelas sombras de frondosas árvores, a alegria era geral.

Ao longe, grandes traços coloridos apontavam a presença de inúmeros arranha-céus, a cidade havia crescido muito nos últimos tempos.

Mas ali, naquele pedaço de chão, onde escorria uma grama verdejante e uma variedade de flores exalava a fragrância de seus perfumes, a vida mantinha o seu colorido em meio a uma profusão de gritos alegres, o canto primaveril dava o tom da fantasia.

De repente uma leva de meninos correu em direção ao pequeno rio que escorria sossegadamente, os braços elevados tentando alcançar algo acima de suas cabeças.

A gritaria aumentou e o burburinho provocado pelo grupo chamou a atenção de todos os participantes do recreio e, de repente, os adultos e o restante da criançada acorreram curiosos no mesmo sentido da tumultuosa fanfarra.

O céu estava luzidio, exceto em alguns pontos, onde flocos de alvas nuvens tomavam banho de sol, deslizando suavemente.

Quando as vozes dos mais velhos se misturaram às da meninada em alvoroço, o cenário surpreendentemente ganhou um toque mais festivo e musical.

Algo de magistral provocou verdadeira fascinação entre os presentes em meio a “vivas” e exclamações de delírio.

Desta vez, a onda humana recuou, vinha em sentido contrário, o mesmo alarido, a mesma toada de vozes e aplausos.

Sobre suas cabeças uma nuvem de borboletas ensaiava um esplêndido balé, num sem-número de volteios e acrobacias, em movimentos harmoniosamente ritmados.

A forte brisa soprada naquele mágico instante, realçou o colorido da festa e o contraste dos raios do sol exibiu um verdadeiro espetáculo de asas azuis voejando na imensidão do parque.

A natureza nada nos cobra pela simplicidade de suas alegorias.

Nossos corações devem estar atentos e leves para entender esses gracejos divinos.

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 28/07/2015
Código do texto: T5326883
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