Rocambole ectoplásmico

A luz é heterogenea e os fótons são bailarinos suspensos no vácuo. Eu sou um misto de carne e CO2 e sonhos e angústias. A luz incide em minha pele e aquece e a nutre com vitâmina D para que eu possa

continuar a ser esse cara extremamente bonito com um tom de pele invejável. O enigma da vida consiste em andar em círculos esperando que algum momento seja bom o bastante a ponto de uma corda cair do céu rumo ao inferno no qual você deseja conhecer por um breve instante e logo em seguida subir na mesma corda rumo ao paraíso. Estou confuso quanto essa vida, essa coisa medonha que insistimos viver. Agora são exatamente 01:00 da madrugada de outra sexta-­feira e sei que não vai tardar em chegar 07:00 e não sinto a menor vontade de ter de viver hoje. Levantar da cama, me arrumar e ir pra rua. Meu Deus. Nossa existência deveria ser um show. As mulheres são tão lindas, talvez seja a única criação que não falhou neste mundo. As

mulheres tem o dom de transcender o belo pois possuem pitadas de qualquer coisa além do belo já que nos enlouquecem como uma casquinha de sorvete num verão promissor. Me deu até fome agora mas já lanchei. A não ser que eu coma aquela geleia de mocotó mas então teria de me esforçar horrores pra fazer a próxima refeição somente ás 18:00. Enfim. Tenho ascendente em touro. Possuo um estranho cuidado para com minha estética. Deus resolve entrar no mundo dos homens travestido de vento. Deus sopra os cabelos das mais belas moças em solstício de outono lúgubre e agora Deus está na Lapa bebendo heineken. Deus está invisível mas pode ser visto pelos inteligentes que balbuciam palavras em africano e escocês em meio a arrotos e peidos homéricos. Deus fala muito palavrão e a galera começa a se irritar. Deus joga um resto de cerveja no rosto de um demônio conhecido por 'demônio', então o demônio finge gostar da brincadeira e atira

um copo de vodka contra o próprio rosto, fazendo, assim, Deus dar gargalhadas. É justamente nesse momento que o verdadeiro Deus desce à Terra e ensina bons modos ao Deus fictício, que na verdade é

apenas o garçom na décima quinta dose de kaiser com chá mate e tequila. Então o Deus real tira um celular do bolso e coloca funk bem alto no último volume. Deus real tem um iphone. Deus real está neste exato instante ouvindo funk sem fone de ouvido. Eu aperto a mão de Deus real e percebo que é fina e lisa como bunda de bebê. Decido ir ao banheiro. Esqueço o vaso e fito o espelho. Obrigado, Deus! Obrigado por me dar este ascendente em touro e me fazer um ser tão belo quanto gota de orvalho em serra gaúcha. Mas possuo uma barriga um tanto quanto incomoda e um cabelo que não reage muito bem perante o clima carioca. Deus fictício rouba a cena dando um arroto que ecoa além da ionosfera marciana. Deus real põe música de

verdade. Jazz. Coltrane. Mas no fundo o meu cabelo até que reage bem perante o clima carioca. Hoje é uma noite quente em todos os sentidos e percebo que o Deus real saca um jontex de forma bem ligeira. Deus real estupra uma garota na frente de todos, o demônio chamado 'demônio' tenta impedir mas Deus real é muito mais forte do que ele e seu pênis possui uma espécie de campo de força no qual torna os estupros um acasalamento dentro de uma bolha protetora. A garota é estuprada dentro dessa divina bolha protetora. Você deve estar imaginando qual a aparência de Deus né. Pois bem, Deus parece Deus. Estou bem apertado pra mijar então mando o demônio chamado 'demônio' abrir a boca e despejo tudo goela abaixo. Paloma, eu amo

você. Quero estar contigo esta noite. Por favor, apareça, sua gostosa! A solidão é algo tão banal e cruel quanto uma mosca sem asas. Sereno, eu. Um cuspe de arte jogado as traças numa noite quente de sexta.

Sereno, eu. Um louco enjaulado na próprio loucura mas todos nós sabemos que quem se auto intitula 'louco' não é de fato louco. Sereno, eu. Sereno. Serenidade pura na fissura de um caralho que deseja a mais bela boceta nesta noite escura. Aplausos! Aplausos! Aplausos a todos aqueles que escutam baladas na ingenuidade de quem crê no amor. Aplausos a todos os pobres e todos os ricos desse Brasil denso e cheio

de agruras mortíferas. O canto dos nossos pássaros pode mais do que qualquer projeto da nasa gasto com dinheiro que poderia muito bem cessar a fome de bilhares de africanos super esquálidos. Aplausos ao

mendigo que morre de fome em frente a um supermercado! Aplausos ao garoto (vulgo eu) que sempre faz as coisas (quando faz) pelo modo mais árduo. Plange. O que significa plange? Do verbo plangir, aquele que

plange. Eu planjo, tu planges.. Atirei o pau no gato mais o gato não morreu, quem morreu fui eu. Fim.

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A flor atravessa a rua e encontra um morcego. O morcego engole a flor mas a flor cresce dentro de seu estômago e perfura a barriga do morcego que acaba falecendo obviamente. A alma do morcego vai de

encontro ao céu dos morcegos e eu tinha escrito várias coisas que simplesmente sumiram e agora toda a minha motivação pra continuar isso aqui foi pro ralo.

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Mendigo's bistrô

Uma estátua ganha vida e compra um sorvete para um mendigo. O mendigo agradece. A estátua compra uma moto e sobe nessa moto e atropela o mesmo mendigo. Ao chegar no céu, o mendigo explica sua causa mortis. Deus não aceita e manda o mendigo rumo ao inferno. Chegando no inferno, o mendigo encontra várias estátuas dirigindo motos que atropelam vários outros mendigos, na verdade todos os mendigos são seus clones. O mendigo leva as mãos à cabeça e se pergunta o que fez pra merecer tudo isso. Uma estátua

o atropela... Esse mendigo reencarna como um grande empresário que faz sessões holísticas toda sexta. Numa dessas sessões, o grande empresário descobre que já foi mendigo numa vida passada e decide,

então, ajudar vários mendigos. Esse grande empresário fundou um grande restaurante chamado 'Mendigo's bistrô' onde só mendigos podem entrar, ou operadores de telemarketing (o que da no mesmo) os pratos

variam de 5 a 10 centavos mas os operadores de telemarketing nem isso tem. Abro o jornal e leio que a população de mendigos está cada vez maior. As pessoas estão largando seus empregos e morando na rua

pois assim tem direito a uma refeição no 'Mendigo's bistrô'. Certa vez eu me vesti com minha melhor roupa e não foi difícil entrar no restaurante. Comi salada de aspargo, caviar, molho de mostarda sob um salmão

fatiado com nylon por um cheff coreano. Depois fui a livraria saraiva e li 'O livro dos médiuns' de Allan Kardec. Abro o jornal e leio que a cidade está infestada de mendigos. Mendigos obesos. Mas a manchete expõe um fato no mínimo curioso 'grande empresário é atropelado por uma estátua'.

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Formigas pulando como grilos e sapos

Um menino entra na loja. A atendente pergunta 'Olá, no que posso ajudar?' ele responde 'Poderia chupar meu pau?' Então a atendente de 28 anos e faculdade de administração (trancada) se agacha e chupa o

menino de 8 anos estudante do 'Gotas do saber'. A atendente tira a roupa e diz 'mete'. Todos olham a cena, atônitos. O menino mete gostoso e logo goza. 'Adorei te conhecer', diz a atendente, o menino cospe em sua cara e vai embora... A atendente passa os dias e noites pensando nesse menino, a forma como metia, a cadência, a pegada, o estilo. Está apaixonada. A atendente realmente deseja começar um relacionamento sério com esse menino, mas como encontra­-lo? Onde ele mora? Ah mais se tivesse ao menos pego sua cueca! A atendente depois de muito esforço acaba descobindo onde o menino estuda. Então ela passa na C&A e compra uma roupa de tia solteira e vai de encontro à escola 'Gotas do saber' que situa­se na Rua Maranhão, 100, Lins, Rio de Janeiro ­ RJ, década de 1990. 'Oi, sou Rose, mais conhecida neste texto como atendente. Vim buscar o menino comedor' Uma gorda grita o nome do menino e o menino aparece. A atendente não resiste e se joga nos braços no menino e grita e chora e rasga suas roupas e os dois transam no pátio da escola enquanto a diretora se masturba no banheiro dos transgêneros.

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Moisés

Um pato encontra um sapo e o sapo encontra um boi que encontra um ser humano e morre decaptado. O ser humano decide realizar um belo banquete com a carne do boi. O sapo continua pulando e o pato recebe um tiro de espingarda bem no meio da testa, nem da tempo da alma sair e já aparece um outro ser humano todo feliz e puxa o cadáver pela asa arrastando­-o até a ribanceira. Ele decide vender o pato para um amigo que chamaremos de ser humano 3. O ser humano 3 é cristão homofóbico, porém, carnívoro. O ser humano 3 vive com a bíblia debaixo do braço e diz que Deus é misericordioso mas ele jamais pensou em ter misericórdia para com os patos que há tempos deixaram seu estômago e viraram fezes cristãs descendo numa tubulação de esgoto de algum bairro pobre. O sapo agora está com dificuldades de respirar pois o ser humano 3 junto ao ser humano e sua prole trataram de poluir o ar com cigarro e fumaça de indústria que rompe a camada de ozônio como um saco de mercado. Então o sapo morre e vira comida de micróbio, micróbios estes que invadem as células do ser humano 3 pois o mesmo adora pescar no mesmo rio onde o pato se banhava. O ser humano 3 sofre uma grave infecção e é levado às presas para o SUS, onde morre na fila de espera. Notam­-se alguns cadáveres em estado de decomposição na fila de espera enquanto o prefeito da cidade

almoça na churrascaria mais cara do mundo. O ser humano 3 está bem atordoado com o desencarne, ele procura Jesus por toda parte mas Jesus não habita a dimensão na qual ele se encontra no momento. Jesus está nas dimensões astrais elevadas quiçá ainda mais longe, enquanto o pobre ser humano 3 jaz num umbral medonho e frio. Ele encontra o pato por lá também, não só o pato como vários outros patos que foram cruelmente devorados. Os patos atacam o ser humano 3 com um golpe chamado 'fúria patolina' ­ Fúúuuriaaa patolinaaaaaaa!! Então o ser humano 3 padece em meio a incontáveis fúrias patolinas e os patos parecem gostar disso. Eles não se cansam. Uma chuva de fúrias patolinas fustigam o ser humano 3 mas o mesmo não morre pois já está morto, apenas sofre, e o grau de tortura no umbral pode ser infinito pois o corpo astral diferentemente do físico demora muito mais

pra ser descartado. Fúúuuriaaa patolinaaaaaaa!! pooowwwww poooooooowwww!! Enquanto isso na Terra, o ser humano está desesperado cheio de contas pra pagar e com a mulher dando pro vizinho. Ao chegar em casa depois de um dia insano de trabalho, encontra uma carta na mesa da sala com os devidos dizeres 'Cleverson, eu não amo mais você. Nunca amei. Só fiquei contigo pois sou burra e masoquista. Então é isso. Adeus. Ps: Amo o nosso vizinho Jair, o pedreiro.' O ser humano põe uma faca no bolso e vai de encontro a Jair, o pedreiro, este que é pego em surpresa e recebe uma facada bem no mamilo esquerdo, mas ele da risadas e se abaixa e imita uma cobra. E foge se arrastando. O ser humano ainda tenta correr mas ocorre aquele lance macabro típico dos sonhos, ele corre mas não sai do lugar. Então

Jair, o pedreiro, consegue fugir se arrastando pelo chão de paralelepípedo. Enquanto isso no umbral... Fúúuuriaaa patolinaaaaaaa!! pooowwwww poooooooowwww!! Agora é hora de um outro ser humano

entrar na história, chamaremos tal ser humano de Moisés. Moisés após separar o mar adentrou um portal rumo ao século 21. Moisés tem um ipad e está atualizado com as notícias deste mundo sujo e hipócrita.

Moisés vive debaixo da ponte e divide uma garrafa de vinho ruim todas as manhãs junto a 19 mendigos (um gole pra cada). Moisés se alimenta basicamente de adolescentes virgens, e não tem muita preferência

para com sexo, pega mulher, pega homem... Moisés fuma cinco maços de derby azul por hora. Moisés morre de insuficiência cardíaca.

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27/10/2058. Manhã. Chove dinheiro. Pessoas aturdidas pisoteiam umas as outras buscando banhar­-se na torrente de papel sujo e amassado. Nunca se viu algo assim. A tão aclamada ascenção da classe c, enfim,

chegou, pois quem já está desperto ás 06:00 só pode ser pobre ou algum ricaço rumo ao vôo 1a classe para Bali. Uma faxineira (ex faxineira) consegue pegar não menos que cinco mil planz, ela deu um jeito de enfiar tudo nos bolsos, sutiã da C&A... Mentira. No ano de 2058 existem cédulas de 1000 planz, então não foi assim tão árduo guardar cinco mil planz nessa tal chuva. E confesso que estou desanimado com este conto pois estou tecendo à caneta e sinto que uma história assim jamais poderá render qualquer coisa além de mediocridade. Escreverei sobre eu mesmo. Mudança de planos, escreverei sobre qualquer merda

enquanto debulho infinitos cigarros e escuto 'aquilo que da no coração' ­Lenine e fico sentado nesta cadeira do Mc Donald's situada na praça do méier em algum dia de outubro do ano 2015 (pior ano de

todos).

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Ela encontra um esquimó na praia de Copacabana e pergunta ao esquimó o que ele faz por lá. O esquimó responde que está apenas tentando construir um iglu sob a areia mas está encontrando imensa dificuldade pois como poderá construir um iglu num calor de 40 graus? Então ela tem uma grande ideia. Ela pega baldes d ́água e encosta no peito esquerdo. Os baldes d ́água viram baldes de puro gelo eterno e o

esquimó agradece e a praia solta um riso nervoso.

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Uma estrela cai em meio a Av. São João no centro da capital paulistana. Um índio vai de encontro à estrela e rouba uma das pontas e enfia no olho esquerdo. Equipes de tv pairam no local com seus abutres.

O índio é entrevistado. Eles perguntam o por que de tal ação, o índio responde que sempre quis ser um pirata. Então a equipe de tv o presenteia com um tapa olho.

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Solto um peido na cara de uma idosa que está em seu leito de morte na esquina de um lugar qualquer. Ela é mendiga. Solto outro peido, e ela, enfim, morre.

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 09/11/2015
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