A PATRULHA ÍNDIA E A TEORIA DO OBJETIVO

Por volta das dez da noite, a Patrulha Índia ainda se encontrava na metade do percurso para o objetivo. A patrulha era formada por seis indivíduos e tinha uma bússola e uma lanterna para ajudar na orientação.

- Achou as coordenadas? – Perguntou o líder.

- Aqui.

- Use a bússola para sabermos a direção.

- Pra lá.

- Não tem como, isto é uma espécie de pântano, sei lá. Vamos dar a volta ou então afundaremos nesse lugar.

- Mas, se não encontrarmos o outro papel com as coordenadas?

- Deve estar do outro lado desse lamaçal. Eu sou o líder.

- Está bem.

A patrulha demorou o dobro de tempo para encontrar o papel com as coordenadas para o objetivo.

- Deve estar por aqui. Acenda a lanterna.

- Não. Acender a lanterna é denunciar nossa posição.

- Como vamos encontrar?

- Procurando.

O grupo procurou e encontrou as coordenadas num papel pregado num pequeno galho no terreno coberto pelo mato.

- Aqui.

- A bússola.

- Pronto.

- Qual a direção?

- Aquela.

- Naquela direção há luzes, devem ser casas, isto está certo?

- Está, é naquela direção.

- Então vamos.

A patrulha seguiu na direção das poucas casas e pararam junto à uma criação de porcos.

- É um chiqueiro.

- Deve estar por aqui.

-Lá do outro lado do chiqueiro, alguém tem que entrar e pegar o papel. Algum voluntário?

Todos se olharam e ninguém respondeu, já evitaram o lamaçal e continuaram em silêncio.

- Se não aparecer um voluntário escolherei um.

Um deles levantou a mão.

- Você sabe andar em chiqueiro? E os porcos?

- Meu avô criava porcos e eu o ajudava às vezes.

- Então vá lá, pegue o papel e traga aqui.

O voluntário entrou no chiqueiro e foi devagar para não escorregar e nem espantar os porcos.

- Aqui. – Disse entregando ao líder.

- Bússola.

- Naquela direção.

A patrulha segui na direção até encontrar um muro branco, onde havia outro papel com as coordenadas .

- Bússola.

- Nessa direção, beirando o muro.

- Silêncio, estamos próximos do objetivo.

- Somos os últimos, as outras patrulhas já devem ter alcançado o objetivo.

- Silêncio, eu já disse.

A patrulha foi beirando o muro, só havia escuridão, não havia lua, não havia estrelas, não havia nuvens.

O muro acabou, dali em diante era uma cerca de arame farpado.

- A coordenada deve estar por aqui.

- Vamos procurar.

- Ali, na cerca de arame.

Todos cercaram o papel com a próxima coordenada.

- Deve ser a última.

- Bússola.

O responsável pela bússola apontou a direção.

- Lá dentro.

- Lá dentro?

- Lá dentro.

- Eu não vou entrar ai.

- Como assim?

- Não vou entrar. Eu não vou entrar.