O Sonho de Raquel

Perdida em seus devaneios Raquel se emaranhava nas teias do sonho.Seu mundo era o sonho,nele ela vivia a sua realidade.Já não sabia mais o limite entre a vida e o sonho, o real e o ilusório.Para dentro dela, Raquel levava sua vida. Era uma vida cheia de possibilidades, possibilidades onde cá fora ela jamais viveria.

Candida como a luz da manhã, serena como as noites do luar a sonhadora Raquel era. E dentro das águas do açude ela se derramava em sonhos, doces acalantos para sua alma presa naquele corpo que vivia tão longe do que ela desejava .Dizia ela que sonhar não custava nada, apenas fechava os olhos e se transportava para aonde quisesse. Um dia era a rainha dos reinos distantes, noutros era a mulher fatal,a Gilda que a todos conquistava e manipulava a seu bel-prazer, no outro sonho era a odalisca do harém de um sheik perdido nas areias escaldantes do Saara, a guerrilheira sanguinária que lutava por justiça, a puta que dormia com quem quisesse, enfim, nos seus sonhos ela dava vazão aos seus instintos oras doces, oras turbulentos e selvagens.

Nos seus sonhos Raquel fugia da triste realidade que era sua vida.Uma vida marcada pela dor, pela fome e pela exploração.Nos sonhos era livre,ela era a dona, a roteirista, diretora e protagonista.Sonhos não possuem gaiolas ou jaulas.Os sonhos de Raquel era a vida plena de liberdade e sua vida era o sonho, seu viver era sonhar.

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 20/05/2016
Reeditado em 20/05/2016
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