O Conto da Baleia Azul
Tinha já mais do que cristo a idade
Quando numa folha velha de revista largada ao chão
Que registrada planando submersa no seu ir e vir
Pude ver a ela em toda sua excelsa figura
Pensei eu todo sorriso por sua beleza
Que majestosa figura ela possui
Que grande amor à concebeu assim azul
Sublime só pelo seu existir singular
Para que fosse provas a quem quisesse pensar
Que nada é por acaso realmente nesse existir
Cuja urgência a matemática nem pode somar
Então quando dos quarenta verões
Começou o meu tanto esvair-se
Pude vê-la outra vez em todo o seu longínquo
Registrada agora em movimento para sempre
num balé dançado para Deus excelso
Uma dança não pensada apenas manifestada
Desprovida d'ma graça polida pelo esmero da razão
Mas provida imensamente de um iluminar impar e natural
Quando ela foi sumindo na imensidão do oceano
Sobrou na lembrança por uma presa que ela fez
Sua nadadeira inacreditável refletindo
Como fosse a forma d'um concorde que corta o ar suspendido
Ondulava levemente longe da razão dos homens
E impulsionada creiam se quiserem
Por um coração que logra a dimensão d'um fusca
Nisto e quase etéreo por tanto encanto
E preso em minha humanidade pensei
Quanto amor cabe dentro daquele bobo
Quanto mais em quem a formou.