Borracha
BORRACHA
Certa vez, uma nova e linda borracha encontrou um elegante e belo lápis e cumprimentaram-se:
- Bom dia, menina Borracha – disse o lápis.
- Bom dia, senhor Lápis – respondeu a borracha.
- Está, na verdade, uma bonita manhã – retorquiu o lápis.
- Está – disse a borracha – um dia maravilhoso!
- Tão maravilhoso, que dá vontade de passear, não acha menina Borracha?
- Sim, é verdade, senhor lápis.
O lápis aproveitando a ocasião dirigiu à borracha estas palavras:
- Pois, se a menina quiser, podemos fazer companhia um ao outro e darmos um passeio por esta branca folha de papel, que acha da ideia?
- Não acho nada mal, não senhor.
E lá foram os dois.
Enquanto caminhavam o lápis ia escrevendo belas palavras, mas, por vezes, parava e dizia:
- Hum...não era bem isto que eu queria escrever...
- Não se preocupe – dizia a borracha – eu posso resolver isso.
Dizendo estas palavras a borracha apagava aquilo que o lápis não julgava correcto.
Assim foram caminhando por toda a folha e, quando chegaram ao fim, olharam um para o outro e disseram:
- Olha, para o nosso aspecto!...Estamos mais gastos, menos limpos e menos elegantes – disse a borracha.
- Isso é verdade, mas, se olhares para trás – diz o lápis – verás que juntos fizemos um bom trabalho!
- Tens toda a razão, valeu a pena termos passado por tudo isto, porque assim, para além de nos termos conhecido, construímos algo juntos.
- E assim, apesar de termos perdido alguma beleza, ganhámos experiência e sabedoria.