Help me!

- Alguém me ajude! - Pensa desesperado, a dor avassaladora que sente, a impotência de ver a irmã morrer e não fazer nada. O fardo de saber tudo e ser forçado a não saber nada.

Não há nada que ele odeia mais do que a mentira. Na tarde daquele dia sua irmã lhe tinha feito uma promessa.

- Não precisa se preocupar eu nunca vou te abandonar, essa noite tudo vai se acabar, lembre-se que eu sempre vou te proteger.

Um sorriso se acendeu no rosto do pequeno Peter, ele imaginava tê-la para sempre. Aquela foi a primeira mentira que contaram para ele.

Em plena madrugada um grande barulho o acorda, ele coloca a cabeça pela porta do corredor e pela greta da porta ele ver sua irmã em pé na janela pronta para pular e seus pais davam pressa para que ela fosse logo.

- Me prometam que com isso vocês não farão nada de mau ao meu irmãozinho.

Essas foram suas últimas palavras, pois ela caia em câmera lenta de costa rumo ao infinito. Por um instante ele pode ver um sorriso daquele rosto delicado e amável e ele corre desesperado rumo à janela, derramando lágrimas vendo-a lá em baixo.

- Fique quieto! - Falou seu pai e sua mãe com um grande sorriso no rosto deu a seguinte instrução:

- “Quando a Polícia chegar você deve dizer que estavam brincando com ela e ela escorregou e caiu.”

No outro dia ele falou exatamente o que seus pais mandaram. Essa foi sua primeira mentira. O motivo de tudo foi o dinheiro do seguro de vida, eles sacrificaram a própria filha. Todos percebiam que tinha algo errado com aquela família, todos mentiram fingindo não saber nada. Cidade de mentirosos, pessoas mentirosas e ele mesmo não presta.

Olhei para ele agora, três anos se passaram, ele está deitado em plena calçada dando seu último suspiro morrendo do mesmo jeito que sua irmã amada, sofrendo pela ganância de pessoas sem almas.