Bullying: Uma brincadeira que mata silenciosamente!

Meu nome é Gustavo, tenho 15 anos, estudo em uma escola particular, como bolsista, era para ser um lugar onde me sentisse bem, e também pensei que as pessoas de lá tinha uma mente aberta, mas era o contrário, costumava a chamar aquele lugar de inferno. Nos finais de semanas, eu ficava aliviado, por não ter quer ir a escola, não por que eu não gostava da escola, eu era um bom aluno, sempre tirava boas notas. Mas o que me angustiava era estar num lugar onde alguns colegas me hostilizavam e me odiavam, não sabia por que eles faziam isso e isso me machucava muito.

O sol de Segunda- feira estava nascendo. E invadia o meu quarto, me cubro no meu cobertor, pois não quero levantar da cama, a única vontade que tenho é de morrer. Não tenho vaidade nenhuma, me sinto feio, e não me preocupo com minha aparência, já que eu não me encaixo nos padrões da sociedade, sou uma pessoa doente pois estou no sobrepeso e isso é algo ruim pra sociedade. Do lado de fora do quarto minha mãe me grita para eu levantar e ir se arrumar para escola. Como tinha medo de falar com minha família o que estava passando na minha escola, levantei e me arrumei para ninguém desconfiar me despedi da minha mãe, e fui contra a minha vontade para escola.

Entrando no inferno ( o nome que eu chamo a minha escola) que tinha aproximadamente 8 metros de comprimento e 7 metros de largura, a professora e os meus colegas ( agressores) já se encontravam lá. Fui logo para o lugar que sempre sentei, ao lado da janela, para ficar pensando quando eu ia sair daquele lugar, durante a aula as piadinhas e as bolinhas de papel eram dirigidas, a minha pessoa até mesmo a professora ria das piadas que eles faziam. No intervalo eu me trancava no banheiro e chorava, quando acabava eu sai e ia em direção da sala, no meio do caminho encontrava alguns colegas quem me empurravam e chutavam-me.

Quando os ponteiros do relógio cravavam ás 12 horas, eu saia correndo daquele lugar em direção a minha casa. Já em casa, entrava no meu quarto e fechava a porta, pensava em me matar se todos me odiavam pra que viver? Por que Deus me fez assim? Porque eu tenho que sofrer tanto? Questionava-me no vazio do meu quarto, onde as lagrimas encharcavam os meus lençóis. Não consegui me olhar no espelho, achava que tudo aquilo era verdade o que eles me diziam, e mutilavam o meu corpo, com uma lamina de barbear, se misturando o meu sangue com as lagrimas.

No outro dia, terça-feira mais precisamente, minha mãe foi me chamar para ir pra escola, mais disse a ela que estava doente, e ela acreditou e saiu do quarto e não disse mais nada. Eu tinha que achar um jeito de esconder as feridas feitas pelas laminas, já que eram bem visíveis, pus um casaco, mesmo sendo um dia quente, minha mãe desconfiou, mas disse a ela que era a febre que estava me deixando com frio. Até ai tudo bem, mais por quanto tempo eu conseguiria esconder a violência que eu sofria na escola.

Quarta- Feira, já amanheceu não tinha mais como eu faltar na escola, tive que enfrentar tudo aquilo de novo. Cheguei no inferno, procurei logo o meu lugar e sentei, a aula foi tranquila por incrível que pareça, ninguém me insultou. No intervalo fui lá pro pátio, onde encontrei os meus agressores, que me forçaram ir pro banheiro, e bateram até eu não conseguir me defender, só recebendo os socos e os pontapés, tudo ficou escuro a minha volta e meu corpo foi-se ao chão.

Quinta-Feira aqui quem fala é a mãe do Gustavo, o meu filho morreu, por conta da violência que ele sofria na escola, e até então eu não sabia disso, o meu filho nunca me falou o que ele sofria na escola, e como bom aluno que ele era nunca percebi que tinha algo de errado acontecendo com ele, estou com o coração partido, não sei por que fizeram isso com o meu filho, a cada palavra que eu escrevo a saudade é constante, e as lagrimas descem. Fiquei sem chão quando recebi a notícia que ele tinha sido agredido na escola , e depois de ter ido pro hospital, e os médicos fizeram tudo o que foi possível para salva- lo, o meu filho entrou em coma e depois veio a óbito por morte cerebral, devido aos chutes e pontapés que ele levou na cabeça e no resto do corpo. Os dias serão difíceis sem sua presença, mais sei que onde meu filho estiver vou sempre ama-lo. Agora vou transformar minha dor em luta contra o bullying que é uma violência contra a integridade física e psicológica. Resolvi publicar com o objetivo de ajudar outras famílias à identificar se o seu filho é vitima desta violência, e primeiramente os acolherem e procurar ajuda de profissionais da saúde, conseguindo fazer com que eles enfrentem seus agressores, e deem um basta nesta “brincadeira de mal gosto” que mata. Faço um apelo a todos os professores, pais, e membros da comunidade escolar, que se atentem este problema que enfrentamos nas escolas, que não tem sido dado a atenção necessária, para esta violência, que tem levado várias crianças, adolescentes e jovens, ao caminho de uma silenciosa morte, negligenciada pela falta de conhecimento das pessoas, que são ignorantes, e acham que tudo isso é uma frescura. Não é só a violência física que mata, as palavras tem força e ao serem lançadas com força, podem causar danos irreversíveis.

DIGA NÃO AO BULLYING!! UMA VIOLÊNCIA DISFARÇADA DE BRINCADEIRA!!

Thiago Nunes Amorim e Andreia Analice de Souza
Enviado por Thiago Nunes Amorim em 24/11/2017
Reeditado em 24/11/2017
Código do texto: T6181366
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