PAIS E FILHAS NA ORLA DOS TEMPOS
Jorge Luiz da Silva Alves



Arde sol, duas e tantas; ela sacode a coroa amarelecida quase que num ritual de nobreza merovíngia, mostra indelével de sua natureza leônica, enquanto explica as razões de seus apartes sobre a socialidade nos tempos modernos - o tempo das modinhas que viram causas abruptas. Como a que alçou o andrógino Vittar além das lógicas e definições. Mas, dentro do arrazoado obtido pelo grisálhico saber das andanças, o Cascudo contrapõe com as performances do Matogrosso setentista: a diferença, pondera o Sênior, é que a qualidade musical era regra na obra Seca & Molhada, enquanto a apelação gratuita e forçada do Pablito chama muito mais a atenção às questões do gênero do que do profissionalismo. Ela vira elegante e gostosamente a Stella gelada e condena-o por encarar a ferveção outoverânica da Costa verde com Domecq e Mineral gasosa - eis aí, a brecha da preferência individual que beira o respeito entre os gostos numa sociedade sadia, vaticina o Velho, pontificando.

Arde sol. São três da tarde. Em Itacuruçá, alheio aos debates contemporâneos, cariocas ensaiam o fim-de-ano de modo que tanto adoram: à beira mar.




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Jorge Luiz da Silva Alves
Enviado por Jorge Luiz da Silva Alves em 18/12/2017
Reeditado em 18/12/2017
Código do texto: T6202165
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