Ella (parte 4)
E lá estava Ella, acordando com mais uma ressaca sentimental.
Quantas doses de desilusão seriam necessárias para que ela percebesse que o amor não lhe fazia bem?
Por que Ella sempre tomava o mesmo coquetel destrutivo?
Não entendia, só sabia que não conseguia resistir ao sabor agridoce do veneno que matava um pedaço de si a cada rodada.
Mas estava cansada,
queria se levantar, precisava se levantar.
E como sempre, levantou-se sozinha,
já que ninguém conseguia segurar o peso de suas emoções.
Olhou para o chão, ainda havia cacos dela lá.
E o que um dia fora seu coração estava lá também.
Ele já havia sido quebrado tantas vezes, que os pedaços eram apenas pó agora.
Mesmo assim, pegou do chão o que faltava,
e tentou organizar tudo dentro de si da melhor forma que pode.
E apesar de ferida, já não sangrava mais, a dor era sua velha amiga.
Procurou por aquela garrafa de auto estima a tempos guardada. Estava cheia e esperando por ela.
Não era uma cura, mas sim um tratamento constante.
Tomou o maior copo dela que pode e saiu, sem antigos pertences ou qualquer bagagem. Tudo precisava ficar para trás.
Para onde Ella iria? Não sabia. Mas sabia que o único caminho era seguir em frente.