Ella (parte 4)

E lá estava Ella, acordando com mais uma ressaca sentimental.

Quantas doses de desilusão seriam necessárias para que ela percebesse que o amor não lhe fazia bem?

Por que Ella sempre tomava o mesmo coquetel destrutivo?

Não entendia, só sabia que não conseguia resistir ao sabor agridoce do veneno que matava um pedaço de si a cada rodada.

Mas estava cansada,

queria se levantar, precisava se levantar.

E como sempre, levantou-se sozinha,

já que ninguém conseguia segurar o peso de suas emoções.

Olhou para o chão, ainda havia cacos dela lá.

E o que um dia fora seu coração estava lá também.

Ele já havia sido quebrado tantas vezes, que os pedaços eram apenas pó agora.

Mesmo assim, pegou do chão o que faltava,

e tentou organizar tudo dentro de si da melhor forma que pode.

E apesar de ferida, já não sangrava mais, a dor era sua velha amiga.

Procurou por aquela garrafa de auto estima a tempos guardada. Estava cheia e esperando por ela.

Não era uma cura, mas sim um tratamento constante.

Tomou o maior copo dela que pode e saiu, sem antigos pertences ou qualquer bagagem. Tudo precisava ficar para trás.

Para onde Ella iria? Não sabia. Mas sabia que o único caminho era seguir em frente.

Srta Cabernet
Enviado por Srta Cabernet em 03/09/2018
Reeditado em 03/09/2018
Código do texto: T6438328
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