SHANDAI

SHANDAI

PRÓLOGO

- Como já dissemos, nosso trabalho não acaba, será bonito e contará desde as vidas mais humildes, as mais ricas, desde as pessoas mais dignas até as mais perdidas, falaremos de pessoas complicadas e até com vários tipos de problemas porque acreditamos que é preciso haver um certo conhecimento.

JOSE ABRAÃO SOARES

A vida não é apenas uma coincidência,

É pura consequência e aprendizado.

 JOSE CARLOS FIGUEIRA

S H A N D A I

- Estou aqui para dar inicio a historia de minha vida e como pretendo escrever, concentre-se e me ouça, poderemos juntas fazer um bom trabalho.

Shandai Tuber Vucas, nasci na Índia e minha primeira vida foi neste pais, vivi e desencarnei, voltando não só uma vez, mas inúmeras no Brasil, no nordeste, na Bahia e também em Sergipe.

Já me chamei Ana Lídia, Cristina Mircir, já tive inúmeros nomes e inúmeras vidas, inúmeros pecados e pretendo relatá-los.

Shandai

Patrícia

Favor rezar com fé e pedir para que este conto seja transmitido bem.

Oh Deus que sois poder e bondade, Enviai-nos a luz divina para que, possamos seguir o caminho do bem.

Oh meu Deus, ajudai-me para que eu consiga

Cumprir a missão terrena de acordo com a luz divina.

Senhor iluminai meu espírito, livrando-o do mal.

CAPÍTULO I

- Minha vida começou na Índia, meu nome foi escolhido, seria Shandai, nome de minha bisavó que já havia falecido. Eu era muito bonita,grandes olhos negros e um cabelo liso que caia aos ombros indo ate a cintura, meu corpo era perfeito e eu tinha o tamanho ideal; mas nasci na pobreza, meu pai Shoria, meus irmãos Isai e Jussa e minha mãe Techara.

Éramos muito pobres, vivíamos na Índia, panos ou melhor trapos nos cobriam os rostos, os de mulher eram tampados, tinha também uma irmã mais velha Isaúna.

Isaúna era mais velha, era também muito bela, mas era perversa, era ruim, ciumenta e de seus olhos negros brotavam um ódio ao me olhar. Isaúna gostava da riqueza, seus dias eram correr atrás de homens ricos, com jóias e belos trajes.

Jussa e Isai meus irmãos eram como eu, mais simples, papai também se assemelhava a nos, nosso lema: humildade

Mamãe tinha um amor por Isaúna que fazia com que esta não se sentisse culpada de nada, muitas vezes eu dizia a Isaúna para ela não correr tanto atrás dos homens, pois estes faziam dela o que queriam e a jogavam na rua com seus trapos a darem gargalhadas e gritando palavras inadequadas.

Isaúna se sentia humilhada, mas nunca chorou, em toda a minha vida , nunca vi uma lágrima vencer seu orgulho e isso me surpreendia, que espécie de coisa era Isaúna, Jussa meu irmao sempre discutiu com Isauna, falava as verdades para ela.

Papai e Isai eram mais compreensivos, mas também a repreendiam, minha mãe Techara sempre se opunha ao que falávamos indo sempre ao lado de Isauna, achando que tudo que ela fazia perfeito, na verdade mamãe era como ela.

Nessa vida fomos conhecendo novas pessoas, vendedores que passavam pela Índia a comprar e trocar mercadorias no grande mercado aberto, mas até que um dia na barraca onde vendíamos coisas feitas de madeira, colares colheres, panelas etc. eu estava com ela quando surgiu um moço, era muito bonito e usava os trajes mais lindos que meus olhos puderam enxergar.

Ele parou em frente a barraca e perguntou:

- Como vão? Isauna logo saiu da barraca e foi conversar com o moço, de repente sumiram e ele desta vez apareceu sozinho, eu pergunte:

- Onde esta a minha irmã?

Ele me olhou sorridente e disse:

- Comprando trajes. Com o que? perguntei - Eu lhe dei algumas moedas ele disse. Chamei Jussa e sai da barraca fui procurar minha irmã.

Chegando em uma barraca eu a puxei pelo braço e disse:

- Desta vez você foi longe demais Isauna, aceitando moedas de um estranho? - Shandai, minha querida irmã, o dia em que eu deixar de ser assim você será muito feliz. Isauna era assim prepotente, sem modos e muito ruim, essa era a palavra para denominá-la.

Fui para casa e a noite haveria uma festa na casa de seu Doberio, as mulheres não podiam ir, papai e meus irmãos foram, eu minha mãe e a perversa da minha irmã ficamos em casa, a noite uma batida na porta, eu fui atender, mas antes que eu pudesse abrir a porta Isauna se colocou na minha frente me derrubando no chão.

Era o moço, se chamava Dainar, era rico e muito bonito.

Isauna correu a frente e lhe deu boas vindas, o moço apenas disse que tinha visto uma garota e queria revê-la, olhou para Isauna e disse:

- Lá esta ela, apontando para mim. Isauna olhou para mim e disse:

- Shandai? é apenas uma menina e talvez algum dia seja como eu. Ela me envergonhava, não só a mim como a minha família.

Mamãe só faltava se jogar nos braços de Isauna e agradecer por ela ser assim, eu não.

Isauna tornou-se a alegria dos homens da cidade, as vezes chegava em casa machucada, eu queria ajudá-la, mas acabava ouvindo desaforos. Isauna nos levou a miséria e papai foi assassinado juntamente com meu irmão Isai por uma turma de homens de Isauna, maus elementos que andavam em sua companhia, meu pai e meu irmão foram buscá-la um dia e houve a briga em que eles morreram, realmente ela era a diversão dos homens.

Eu e Jussa decidimos partir deixando mamãe e Isauna, mas terminamos por ficar mais algum tempo, mamãe morreu e então eu e Jussa partimos.

Ao meio do caminho Jussa ainda apanhou de alguns homens com quem Isauna tinha se endividado, o ataque foi tão covarde e violento que meu irmão desencarnou eu fui violentamente atacada, mas graças a Deus sobrevivi.

Fiquei varias horas jogada na estrada e depois de muito sofrer e caminhar, cheguei a um lugar, uma casa bonita e um homem me deu abrigo.

A partit dai continuei minha vida, as coisas pareciam caminhar para melhor, mas um dia Isauna surgiu do nada infernizando, e terminou me assassinando para ficar com Vilar, o homem que havia me dado abrigo, para ficar com ele e suas riquezas.

CAPÍTULO II

- Quando acordei minha primeira intenção foi chorar e chorei até que meu pai surgiu e disse:

- Deves ajudar Isauna, ela é muito má e precisa de você, apenas ajude-a e cumpra a sua missão. Fiquei um tempo lá e tive que voltar. A Índia não foi minha primeira encarnação, houve algumas antes, mas decidi começar a historia por ela.

Depois com o passar dos fatos chegarei nas antigas. Isauna também faleceu e teríamos que continuar juntas.

Bem, nascemos irmãs novamente e ela outra vez era a mais velha e se não bastasse isso, ela veio novamente muito ruim, meu nome Saista e ela novamente Isauna, nascemos outra vez na Índia, crescemos na base do ódio e minha vida foi lutar contra o mal que Isauna me jogava.

Nascemos pobres e eu trabalhava no grande mercado, parecia que a historia se repetia, mas Isauna me machucou tanto, quis tanto o meu mal que desta vez a historia estava mudando.

Eu comecei a dar sinais de que podia acabar com ela também, ela tinha os mesmos modos de antes, corria atrás dos homens e me levava

ao ridículo. Isauna foi tão perversa que fui obrigada , em uma de minhas crises , a assassina-la, cometendo o suicidio em seguida.

Fomos para um lugar escuro, desta vez fomos juntas, era escuro e frio, ouvíamos vozes, não parecíamos parentes, nos odiávamos e eu não sabia o que fazer.

Uma luz surgiu e disse:

- Minha querida, ainda não acabou, seus erros são mais graves e os de sua irmã também, nas reencarnações passadas vocês foram más ruins, lutavam juntas pelo mal, a missão seria lutar pelo bem e pagarem seus pecados justamente. O espírito de Isauna não cumpriu o dever le-vando-a pelo mesmo caminho, você cumpriu sua missão em parte, teria que ajuda-la, mas você fracassou. Agora terão que voltar.

CAPÍTULO III

- Desta vez voltamos na Bahia, eu e ela.

Meu nome Lindaura e o dela Jussara, desta vez fomos mãe e filha.

Ela era minha mãe, nascemos na Bahia e ela como sempre fazendo coisas erradas, ao descobrir quando do meu nascimento que eu era uma menina ficou muito triste, revoltada e me assassinou quando eu tinha apenas 3 meses de vida.

Fui novamente ao lugar mas teria que voltar.

Nasci novamente, outra vez como sua filh, a me chamava Ana Lídia, ela não me quis e terminou me dando para minha tia Libertina me criasse.

Fui criada como um animal, me espancavam e vivi uma infância

terrível. Eu teria que pagar pelos meus erros.

Ela, minha mãe logo desencarnou pois pegou uma doença muito triste, desencarnou aos gritos e teve que voltar, desta vez como filha de tia Libertina foi também espancada e pela primeira vez foi minha amiga, sofremos as maiores atrocidades, tínhamos um padastro

Teodoro Shamas, este nos maltratava, éramos espancadas e vivíamos como bichos, eu depois de muito sofrer desencarnei.

Ela sofreu demais ate ter uma filha depois de muitos anos...eu.

Meu nome Ana, nasci no Sergipe, ela fugiu da Bahia comigo no ventre, nasci em uma casa de mulheres que se vendiam por dinheiro. Ali eu vivi uma vida não tão ruim, mas quase sempre via minha

mãe chegar machucada do que ela dizia Trabalho.

Eu continuei a minha vida e ela desencarnou, e não havia acabado.

CAPÍTULO IV

Nasceu novamente, sendo desta vez minha filha, lutei, vivi na pobreza, passei fome, mas dei tudo para ela, quando finalmente cumpri minha missão, desencarnei, ela continuou vivendo mais uma vida, eu podia ve-la chorar, passar fome e frio e se ela conseguisse vencer, já teria pago todo o mal que fez.

A grande verdade e que eu havia cumprido a minha missão, minha irmã não.

Fiquei em uma colonia com meu pai, minha mãe estava em missão

pois o afeto que ela sentia por Isauna tinha um motivo em outras encarnações.

Eu continuei na colonia, tinha um quarto muito belo e bem diferente dos que eu havia conhecido em minhas encarnações, meu quarto na India era feio, frio, este era muito bonito, tudo para que eu me sentisse bem.

Minha irmã não suportando a vida de misérias e acabou por cometer suicídio e foi para outro lugar que chamamos Vale dos suicidas, todos que destruíram suas vidas ficam lá e acreditem os que muito beberam e muito fumaram a ponto de morrer, também ficam lá, pois de uma certa forma eles também se suicidaram.

Neste lugar é muito escuro e também dividido em classes, os que não aguentaram sofrimento, os que bebiam, os que fumavam, os que fizeram por curiosidade entre outros, tudo bem dividido de acordo com a missão, existem também os suicidas perversos que geralmente ficam na escuridão, para outros existe luz e sempre tem cuidados especiais, ninguém por mais perverso que seja fica abandonado, todos tem chance de mudar e cabe ao espírito escolher.

Eles também encontram assistência de acordo com suas necessidades, minha irmã que continuou a se chamar Isauna foi colocada em missão, voltaria a terra.

Nasceu em uma família rica, mas não podia fazer nada, era prisioneira dos pais, sofria muito, não tinha liberdade, não teve nem infância,nem mesmo adolescência, só deixou a família quando se casou com um homem pobre e Isauna trabalhou muito, pegando uma grave doença e desencarnando, havia chegado o fim.

CAPÍTULO V

Fui buscar Isauna e ela foi encaminhada ao hospital, teve assistencia, foi a escola e aprendeu, mas nossa família não estava unida por completo, Isai, Jussa e mamãe cumpriam missão e nos não poderíamos ajudá-los, estes teriam que cumprir a missão sozinhos .

Isauna foi para outra colonia e passou a fazer todos os trabalhos que haviam, ajudava as pessoas e parece que depois de tanto estudar aprendeu, ela trabalhava pelas pessoas que eram como ela foi, conversava com os que precisavam, mas para isto ela muito estudou, ela ficava no lugar para onde iam os assassinos, pessoas más e as ajudava.

Eu ficava do outro lado ajudando pessoas boas, muitas vezes era encarregada e buscava pessoas que desencarnariam, mas também tinha momentos de diversão. Conversávamos, discutíamos casos na terra e missões, era como se a vida fosse uma escola, lembrávamos dos que estavam em missao

Havia muitos alunos, nos éramos considerados mentores, mas isso não era tudo, havia uma parte da colonia que era dos abortados, bebês que desencarnam antes de nascer, eles também recebiam cuidados e muitos deles pagavam erros passados.

O jardim da colonia era enorme, e ali existia alguém muito especial, Lígia, a moça que tanto me ajudava, tinha também o Sr. Roberto que muito me ensinou.

Mas não era tudo, a colonia era imensa e escreverei como ela é em breve.

Como já lhe contei, a vida na colonia era suave, muitos jardins e imensos parques com muitas flores, a escola era grande, muito bonita e dividida de acordo com o grau de evolução de cada um.

As vezes a saudade era forte, mas sabíamos lidar com ela , o amor era tanto que nos permitia aceitar a distancia. Tudo era maravilhoso e dor só existia mesmo no Vale, entre nós reinava a harmonia.

O tempo tudo cura inclusive a saudade, nas várias encarnações eu sentia saudade, muita saudade.

EPÍLOGO

Como nada e único tínhamos que saber como era o outro lado.

O lado das sombras, o lado da escuridão, onde vózes se misturam com sussurros e gemidos, onde a morte se torna incompreensível, onde uns se juntam a outros, grudados na dor, na mágoa, perante chamas e muita tristeza, ódio e rancor.

Esse e o Vale dos suicidas do qual já falei, não e preciso temer porque a ida a este lugar só depende de cada um, ao invés de misturar mágoa e dor, ódio, rancor, devemos misturar alegria, amor. sorriso. Sempre

 Shandai

GIDELSON ESPERIDIÃO DA SILVA

PATRICIA CAVAZZANA DA SILVA

Gil o sete e Patrícia Cavazzana da Silva
Enviado por Gil o sete em 24/09/2018
Código do texto: T6458217
Classificação de conteúdo: seguro
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