Crítico Literário
Guillermo esperou sentado no segundo degrau à escada da vizinha desde as 14h (já eram quase 20h), queria respostas sobre o desaparecimento do gato. Ao chegar em Tortuga o gato já estava, nunca pensou em expulsá-lo, mesmo porque já haviam tentado e ninguém tinha conseguido. Ele, o gato, é um ladrão e, como bom ordeiro, Guillermo odeia ladrões, mas conseguiu deter os ataques à sua cozinha sem precisar de nenhuma medida extrema. Como ela ousa mexer com “alguém” tão antigo por aqui? Em toda hierarquia que se preze, antiguidade é posto, pensava enquanto esperava, agora me diga: como “dispensar” um gato que dá pulos, uns seis duplos twist-carpados por salto (cheios de miados – niããããão, niããããão, niããããão – e ódio, pois vejo os olhos vermelhos), se você abre, tipo, um livro da Ana Paula Maia ou da Elena Ferrante?