Tatá na Jaguaribe 18

Tatá na Jaguaribe 18

Porquê remexer em luto? esmiuçar o limite da condição humana diante da morte? Narrar, repetir o que em infinitas obras, histórias contadas assim o fizeram? O triste fim de um ser humano. Se fosse para Tatá insistir na apologia à servidão a tristeza, pegaria carona nos barcos dos desesperançosos, insatisfeitos e moribundos. Sairia navegando só mar afora, sem testemunhas que a lesse, a visse, a conferisse.

Mas neste passar, o escrito tenciona a leitura direcionada na observância do diálogo das instâncias Superiores de Luz com a Alma de Tatá, que a conduziu dia a dia no acompanhamento do desaguar da Alma do avô nos braços da Fonte Suprema, num desfecho besuntado de riqueza simbólica do trato de Deus com o ente querido, e com ela.

A neta, depois das experiências, tidas em sonhos, entrelaçadas na realidade, passou sentir repaginada na conexão com a Fonte Suprema. Deus.

Os acontecimentos do mundo espiritual não convencem a mente, a lógica, o emocional, e muito menos a natureza instintiva do ser humano, mas enraíza numa não localidade no interior do peregrino, que fixa morada, intensificando a vontade daquele que se serve de testemunha, em insistir em querer estabelecer mais intimidade.

Refina o querer, sutiliza o estado amoroso Onipenetrante com os mistérios. Uma vez introduzido no mundo radiante da significância da Alma, pela experiência interior, inicia-se o caminho voluntário da renúncia, em não querer volta, nem em estabelecer condições para prosseguir, passa pulsar no interior o ígneo caloroso do eterno. Abandonando o sentimento de posse, liberando a vontade para seguir rumo ao centro atrativo do coração, morada da Alma, centro onde vibra o Divino, Deus em Potência, sem forma, dono da forma. Autor de tudo que há.

Exige honestidade para consigo, tornando o Peregrino o único responsável em polir as virtudes de modo desapegado, vez outra, sendo a bigorna ou o martelo para corrigir os erros, rumo ao perfeito, aquele estar que sabe que tem, é seu, depende da vontade pura, e a limpeza de mão para alcançá-lo.

Acredita seja esses lampejos, as impressões que impregnam a Alma da experiência do estado puro do próprio Deus em Ação, em plena atividade criativa, que se vê no espelho cósmico, interagindo consigo mesmo na purificação da vontade, que pulsa o belo, o perfeito, o glorioso. O amor incondicional em Suprema atividade. Vislumbra neste estado intermediário, o sombreamento na psique da possibilidade remota de estar em contato com uma das infinitas personalidades do homem do Pai, o não gerado, o primeiro da Trindade.

No processo de murchamento do avô, Tatá foi engendrada em um diálogo com Deus. Experimentou a sutileza e a natureza da suprema, maravilhosa habilidade das instâncias de Luz, em conduzir uma alma no processo de educação espiritual sobre as verdades essenciais da existência.

O Sagrado não diz, dizendo, educa, não educando, transforma silenciosamente o peregrino na experiência, que torna professor e aprendiz, o causador da dúvida e gerador das novas que darão sustentação aos novos processos de aprendizagem na vida interior.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 13/09/2019
Código do texto: T6744359
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