Tatá na Jaguaribe 35

Para onde estaria indo o Avô Benito? A experiência trifásica do tempo, vivida no conjunto, passado presente e futuro, foi definitivamente experimentada por Tatá. Chegou a esta conclusão depois de tudo, de ter enterrado o avô.

No quarto do hospital, o avô estava e não estava. Tatá ficou poucos minutos na sexta-feira com ele, havia perdido o contato, pelo menos consciente.

Não somente o avô no processo de partida, mas a neta, passou ficar voluntária e consentidamente, submissa aos desígnios divinos no aprendizado.

Depois do revelar no sonho, pouco antes de acordar, foi como tornar calibrada de um amortecedor interno, que dava a ela suporte, o preparo para viver a dor da iminência da perda do ente querido.

Tornou indiscutível na mente de Tatá, de que o Sr. Benito estava fazendo a passagem. Quando avistou-o todo contorcido no leito naquele primeiro dia depois do sonho, não o via mais naquele corpo inteiramente, sentia-o como que em processo de retirada. Nem lá, nem cá.

O que imperava era uma Não-forma estabelecida do amor Divino Todo penetrante de cuidado naquela fase de transição, o desmantelamento, o desencarne da Alma de Benito.

As experiências vividas no campo espiritual são desprovidas de demonstração por meio da linguagem lógica.

As experiências oníricas fizeram seu ser ir freando a vontade de tentar explicar como foi ficando o entendimento para o outro.

Justificar, ponderar, tentar convencer o interlocutor de que existe um Estado Superior, Soberano em vontade, que administra, gere de forma precisa e minuciosa tudo que existe, foi perdendo espaço para um estar que alocou Tatá no átrio da verdadeira religião, o vínculo estabelecido por sua Alma com a Fonte Suprema no processo ensino-aprendizagem no caminho.

Aquela frase, “não cai uma folha de uma árvore sem Deus permitir...” a verdade universal trazida pelos conhecimentos místico, mítico, metapsicológico, levou Tatá confirmar em sua peregrinação de que procede.

Unida esta verdade numa base comum, confirmou-se pela peregrina solitária que fez a busca e viveu a experiência, chegando numa única verdade,a que dá sustentação a todas as outras verdades, numa unidade que jamais se fragmentou e nem se fragmentará, o Diamantino que brilha sem sombra no coração daquela que fez a entrega incondicional ao caminho do aprendizado da verdadeira religião.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 30/09/2019
Reeditado em 01/10/2019
Código do texto: T6758027
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.