O Homem Sem Nome

Era um senhor de mais ou menos de uns 60 anos, andava de cabeça baixa, não cumprimentava ninguém, saia cedo e volta de tarde. Era um tipo enigmático pra lá de misterioso, morava sozinho em um barracão modesto.

Toda manhã bem cedo ia a padaria, mas conversando o necessário, até que uma certa manhã, o balconista perguntou –lhe seu nome, meio irritado respondeu-lhe que não tinha nome, daquela data em diante, o apelidaram de “ o homem sem nome”.

No barracão modesto onde morava o misterioso homem, tinha um pé de goiaba no quintal cobiçado pela molecada, cheio de goiabas madura, ninguém tinha coragem de pedi-lo e o quintal, por assim dizer, abandonado. Passado alguns dias, uns dos fregueses , isto é, o homem sem nome, não estava indo a padaria pela manhã, pensaram que tinha mudado. Os moleques com a suposta mudança do misterioso homem sem nome, invadiram o quintal para roubar goiabas. Porém sentiram um odor forte. Uma janela dos fundos descobriram que estava azul, verificaram que era de moscas. Segundo a policia ele já estava morto a mais de 15 dias. Uma multidão assistiu a retirada do corpo e sempre a costumeira pergunta; como era o nome dele; respondiam: o homem sem nome. Neste episódio doloroso, lembrei-me de uma frase que li na minha adolescência: “ Nenhum homem é uma ilha.” AD.

Lair Estanislau Alves.