UMA DÚVIDA CRUEL (Segundo e último capítulo)

O cirurgião ficara muito indeciso. Ainda não tinha superado a condição de filho rejeitado pelo pai. Não sabia se perdoava ou não a atitude de seu pai de ter sugerido a ideia do aborto.

Na verdade esses detalhes sua mãe não deveria ter contado, para não deixar o filho com ódio do pai. Mas... ninguém é perfeito. Ela até ja tinha se arrependido. Mas o estrago já estava feito. Ele por vezes manifestava uma grande mágoa, por ser um filho rejeitado.

Enfim, chegou o dia da cirurgia. Chegou no hospital, fez uma oração. Apesar disso, entrou muito tenso no Bloco Cirúrgico, procurando fazer como sempre fazia, lembrar do juramento solene feito por ocasião da sua formatura, de exercer a arte de curar, mostrar-se sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Enfim, cumprindo todos os preceitos de honra. Mas... decidiu ignorar o juramento. Seria só desta vez. Deixaria seu pai morrer. Pois era o que merecia, pensava ele.

Mas de repente lembrou que, se deixasse seu pai morrer seria pior do que ele. Pois seria um assassino, pior, um parricida. Lembrou-se também daquela máxima do Cristo: Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.

Isso lhe devolveu a nobreza de pensamentos e sentimentos. Predispondo-se a perdoar seu pai. E procedeu a cirurgia com pleno êxito.

MORAL DA HISTÓRIA 

Todos nós somos intuídos a fazer o bem ou o mal. Depende de cada um, deixar-se influenciar para o mal ou para o bem. Nossos anjos guardiões, nossos espíritos protetores e familiares nos inspiram o bem. Os espíritos maus, nos sugerem o mal.

Felizmente, o cirurgião deixou-se influenciar por seu anjo guardião. Caso contrário carregaria por toda sua vida a culpa de se tornar um assasino, um parricida.