LAGRIMA SOLITÁRIA DE UMA NOITE ESCURA

Acabava de sair dali, momentos ótimos vividos instantes antes, afinal desejou muito chegar ali hoje, não exatamente ali, mas naquele lugar era normalmente onde encontrava o que mais tinha procurado ultimamente, ultimamente? Talvez, na verdade, por um intervalo de tempo bem mais longo. Como poderia então imaginar aquilo saindo de seus olhos? Sim, só imaginar, pois seus olhos permaneciam secos, como sempre, pelo menos do lado externo, ou dito de uma forma melhor, do lado que os outros podiam enxergar. Por dentro, bem por dentro mesmo, naquele lado em que se pode sonhar, imaginar, desejar... Ali parecia descer, bem tímida, uma fina, quase imperceptível e inesperada lágrima. Mas, por que? Era apenas outra noite, as nuvens estavam em seu lugar, a lua e o céu também, mas aquele sentimento estranho existia e se fazia real. Era como se já tivesse perdido algo que estava sendo tão precioso, estava começando a se apegar, dia pós dia, o que fazia se sentir mais vivo, mas sabia que era apenas um sentimento solitário, que podia de repente não passar de um palpite. Teria que esperar a luz do sol do dia seguinte, pois talvez ela trouxesse tudo de volta, só o tempo poderia decretar.

Frank Santos
Enviado por Frank Santos em 12/12/2007
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