A LENDA DO PASTOR PERDIDO

Há muito tempo atrás havia uma povoação junto as margens do rio cuvale que se dedicava exclusivamente a agricultora e a pesca fluvial. Eram um povo rico, humilde e muito próspero. Abençoados pelas suas vastas e férteis terras, seus rios límpidos e fartos de peixes, esqueceram-se de adorar a Deus. Não é que eram um povo pagão. Mas, já não se dedicavam aos cultos com mesmo fervor de outrora. Eles, preocupavam-se mais é cultivar os seus campos, trabalhar mais, para produzir mais e mais. Todos naquela povoação queriam enriquecer. Ninguém mais queria trabalhar para o outro, ou ter menos que o outro. Passaram a existir até famílias que levavam seu filhos, ainda pequenos para as lavras ou pesca. O soba foi o primeiro a dar mau exemplo. Tornara-se arrogante e exigia cada vez mais tributo da população. Aumentara o número de mulheres no seu harém distribuído em todas as imblas e passou a discriminar no tratamento das pessoas que possuíam maior quantidade de terra lavrada e mão-de-obra daqueles que possuíam menos. Dai, em diante todos tinha sede de mais, não bastava produzir para o sustento era preciso coleccionar, para trocar com outros bens de luxo. Trabalhavam tanto, que até fecharam a única igreja que tinham, pois até o padre tinha de trabalhar na lavoura porque o que recebia da caridade dos crentes, que eram cada vez menos, não chegava para pagar o tributo ao soba.

Durante o dia na aldeia só ficavam os animais e os velhos. Todos outros iam a lavoura ou a pesca. Pescava-se muito naqueles tempos, os pescadores tinham várias mulheres. Levavam enfim, uma vida leviana, sem espiritualidade nenhuma. Apenas a sede do quero mais, quero mais. Até que um dia veio uma grande tempestade que alagou os campos, destruiu os celeiros, as casas, matou os animais e os peixes todos do rio desapareceram.

Houve luto por vários dias. Muitas famílias, numerosas que eram, ficaram reduzidas a duas ou três pessoas. A aldeia toda chorou. Porém o pior estava ainda por acontecer. Depois daquela calamidade, uma fome e doença assolaram a localidade. Os campos se tornaram estéreis e os rios secaram. Crianças morriam de doenças estranhas, os adultos suicidavam-se e o soba numa tentativa frustrada de reforço seu pacto com os seus deuses ceifava a vidas do seu povo em rituais fantasmas. Tudo parecia ter chegado a fim. Falava-se até na aldeia de maldição. Outros mais curiosos, afirmavam mesmo com alguma certeza que o padre era o responsável por aquilo tudo. Ele rogara praga uma vez que rezara o pai-nosso com a mão esquerda na entrada da aldeia.

Vendo-se na miséria e a beira da condenação final, o povo, decidiu encurvar-se e voltar a rezar ao seu Deus, a muito abandonado. Foram vários dias e noites de consecutivas rezas e sacrifícios. Nenhum sinal de redenção vinha dos céus. Continuaram as rezas por mais dias, até que finalmente, um dia do céu uma voz majestosa disse: “enviarei um novo pastor para o meu poço. Ele vos conduzirá por novas terras e novos rios. Mas só aquele que nele crer e o seguir será salvo.

Tempos mais tarde um jovem pastor com seu numeroso rebanho ao passar pela aldeia dilacerada espantou os sobreviventes que logo o perguntaram com conseguia alimentar aquele numeroso rebanho com a seca que se via na região.

- O jovem pastor mansamente respondeu lá onde vou há já um lugar preparado para cada um de vocês

Convidou-os a deixarem tudo m tudo o que possuíam para o seguirem, sem nada, que cada um levasse apenas o seu arrependimento e o desejo de perdão.

Porém, poucos deram créditos as suas palavras. Uns poucos o seguiram, e foram salvas, enquanto que a maioria incrédula pereceu a espera que um deus os salvasse.

O pastor que andava perdido pelo mundo a procura de quem precisasse da sua ajuda, finalmente encontrar alguém que realmente precisou da sua ajuda. E, assim o fez. Tendo por isso encontrado o caminho de regresso a casa.