o conto de fadas da mulher abandonada II

sempre tive que menorprezar-te queria óh eterna ex namorada do meu então atual recente ex namorado. quando resolvi juntar meus sonhos aos dele, tive que aceitar esse ridícula condição de te carregar como uma sombra permanente no meu encalço. mas tudo bem eu já estava cega mesmo de amores, pra mim o que importava era o que ele proclamava, e não o que a realidade dizia.

durante esses anos todos, sempre pesnsei que pudesse fugir de você de alguma forma, que você estivesse escondida num buraco sujo, onde ninguém tivesse a coragem de revirar, de ver o que havia lá dentro, e por todo esse tempo eu me senti justamente o contrário do que sinto em relação à você agora: poderosa, achando você a verme das vermes, uma pessoa insignificante que nunca tinha feito parte de nenhum tipo de momento e muito menos que esses momentos houvesse alguma importância pro meu então namorado.

ah, como nós somos bobas não? agora que percebo o quanto a tolice me dominou, sinto vontade de chamar-te de amiga, por estar em patamar de igualdade com você. por estar sentindo coisas que um dia você também sentiu, e que são, provavelmente iguaizinhas, pois são necessariamente pela mesma pessoa.

confesso que tenho vontade de chorar pra você, de perguntar pra ti o porque de tanta indiferença da parte dele, mas além de não fazer isso por saber que você vai me achar patética e será capaz até de rir da minha cara, tenho uma consciência que não permite que eu faça isso, pelo simples fato de eu ainda ter um minho de vergonha na cara, embora a minha auto-estima tenha ido pro espaço.

e agora meu amor próprio me confessou que é somente uma questão de tempo. a esta altura vocês já devem ter trocado telefones, devem estar se comunicando pelo msn, e eu aqui, diminuindo cada vez mais minha auto estima procurando vestígios desse possível relacionamento - que agora não pode dar-se ao luxo de ser clandestino - e chorando, claro, e esperando que ele pelo menos sinta falta de sexo... e me procure.

[II]