Novo Mundo.

Novo Mundo.

Surge.

Num outono tempestuoso, um clarão marca o firmamento, um som agudo rompe o silêncio daquela madrugada de 1988. De longe parecia apenas um meteoro, mais de perto, a forma espacial trazia consigo um insígnia (¤), nele o nome "Luz". Dentro da nave uma mulher encontrava-se adormecida com letras servindo de conforto para a seu interior.

Noite de ventanias violentas varriam o que pela sua frente estivesse, poeira cobriam qualquer vestígios por onde a ventania surgia, e, em meio a tantos destroços, um corpo encontrava-se sem vida, ou, a primeira vista. O homem encontrado vestia uma roupa que levava consigo um brasão (₹), com o seguinte nome "Rocha".

Noite e a estação se completavam física e intelectualmente, embora vistos em partes diferentes, suas indumentárias supunham ser do mesmo lugar, talvez de um planeta distante, quem sabe até, uma constelação distante de nós.

O Lugar.

Era um lugar repleto de poesia que formavam a mais perfeitas harmonias. Estes seres eram absolutos em suas criações, criavam versos, rimas, cantos que compunham a mais diversificada natureza, em seu interior podia-se sentir amor, dúvidas, reflexão, entre tantos outros sentires. Nesta natureza, as rimas solidificavam o amor, o amor emanava de cada momento paixões, ou, sofreguidão. Esse universo era chamado de Literium. Neste planeta em questão, haviam tantos poetas, escritores, mas, entre eles haviam dois, cujo desenrolar da história o fara conhece-los.

O Designer..

Ele, homem dos seus 52 anos, cabelos castanhos escuros, olhos verdes com uma natureza a?se perder, bonito não tão somente por fora, mas, por dentro especialmente. Tinha o exercício da escrita, escrevia sobre tudo a sua volta, sobre todos independe das classes, ou, clã, porém, era descrente em sua crença nativa, não tinha medo, e, se arriscava ainda que não obtivesse ganhos.

A Escritora.

Ela, mulher, idade desconhecida até então, cabelos e olhos castanhos claros, de uma pele que lembra os meses de neve, sua feição tinha a aparição de deusa imortal como suas palavras escritas, tornava-se musa para tantos como ele. Escrevia prosas, contos, narrava incansavelmente com aquela voz autêntica, suave, de riso singular um horizonte indecifrável que mundo invejava.

Eles.

Neste planeta, eles eram um casal completo, davam vida a tudo que propunham fazer, a mistura desse amor pelo que faziam tornavam a vida extraterrena num romance digno do Troféu Jabuti. Além disso eram amigos na visão de muitos, amantes na arte de escrever, namorados no mundo dos sonhos, tão íntimos, que, apenas leitores com o mesmo discernir poderia perceber e descrever em contos.

Deuses.

Esse planeta era regido pelo o sol do tema, banhado pela luz do luar da imaginação, governado por Otnacer, senhor absoluto do templo nos recantos das almas amadoras, esse Deus adorava ouvir nas noites narrativas dos seus seguidores, mas, um mundo não pode ter apenas um Deus, então, o cosmos lhe fizera um irmão de nome Sartel. Sartel era um deus demoníaco, invejoso, narcisista, suas vontades resumiam-se em apagar deste planeta toda sua beleza e composições.

O Deus Sartel.

Sartel, um dia andando pelas ruas viu aquele casal de escritores projetando uma nova forma de mostrar adoração a Otnacer. A adoraçao iria ser em forma de vídeos, com imagem criadas a partir da Inteligência Artificial. Sartel vendo a grandeza do projeto, no ápice de sua inveja, tramou um plano para ofender seu irmão e com isso começar seus verdadeiros planos. Esperou os dois terminarem os frames que continha um agradecimento ao senhor, invertendo para depoimento cujo teor era incitar uma rebelião deixando claro as facetas irreais desse Deus. Tudo pronto para exibição, todos esperavam com ansiedade a amostra, pois, sabiam que os dois eram capazes de algo bem feito, juntos balançariam os quatros pilares da vida, mas, ao colocar, Otnacer ficou plepexo, pois, no vídeo o Deus era posto a prova, e, com isso um tumulto foi criado, o que era um só, ficaram divididos e os criadores foram caçados e expulso do seu lar.

A Terra.

Após a chuva cessar, um morador local tinha adentrado a floresta em busca do seu cachorro que saira e não tinha voltado. Deparou-se com aquele destroços metálicos onde o corpo se encontrava. Rapidamente fizera uma cama improvisada com galhos e cipó e a levou para casa. Ao acomodar a estranha, foi até a cozinha, fez um chá, sentou ao lado dela esperando-a acordar.

Passado o furação, o bombeiro fora chamado, a policia, e o corpo médico na procura por sobreviventes. Logo ouviu um chamado pelo rádio de que um colega deles havia achado um homem nos esconbros ainda com vida. Levaram ele a uma ambulância, fizeram os devidos socorros até que, subitamente ele despertou com gritos, nos gritos o nome Luz era bem nítido.

O velho tinha ido ao lado de fora pegar lenha para o fogão, ele estava fazendo uma sopa para jantar e com um pouco de sorte a estranha também. Ao retorna para dentro deixou cair as lenhas no chão, uma delas tinha acertado em cheio sua canela fazendo-o se contorcer. O susto fora grande, sentada na cabeceira da cama ela estava com a mão sobre testa, seus cabelos jogados a frente, e, balançando a cabeça gemendo baixo. O velho chegou perto dela ajoelhou perguntando:

- Você acordou. Como esta sentindo-se? Precisa de algo? De onde você é?..

- Humm! Onde eu estou?..

- Na area serrana do Rio de Janeiro.

- Rio o quê? Quem é você?

Ainda tonta ergueu a cabeça, aos olhos daquele senhor a sua face alva resplandecia uma beleza fora de tudo visto na terra, aquele olhar castanhos criava fantasias numa realidade morta pelos anos solitários.

Na ambulância, o homem após desperta:

- Onde estou?..

- Na ambulância...

Ele nada sabia do mundo novo, o que diabos era ambulância, mas, tomou como resposta. Levantou meio tonto, ainda cambaleando andou em direção sul. Os agentes tentaram segura-lo mas foi em vão.

A Nova Vida.

Ela com o tempo acostumou-se a vida serrana daquele lugar, algumas vezes flash's de uma vida anterior passava em sua mente, e, sentada na varanda, olhando a imensidão da serra, pegou um galho seco e rabiscou um texto na areia fina com o segunte título:

"Nada Sai/Inspiração"

Feito a escrita, percebeu um dom embora sentisse já possuir, um dom nas palavras que poderiam unir ou destruir conforme o argumento. Começou então a escrever, criava vida nas palavras rabiscadas, jurava para si mesma, que, tudo vinha de um milésimo dela. Essa constante briga interior, a fazia pensar que não era daquele lugar, ou, mesmo do ano especificado. Além de todo alvoroço, continuou escrevendo, fez inimizades com pessoas infelizes, foi dúvida, quando era certeza, e, incerterza, quando não tinha dúvida, mas, continuou como a estação daquela terra; O Outono, cuja folhas caem para renovar-se. Passando por um lugar o qual não lembrava, viu a chamada de uma editora, e pensou, porque não!..

Ele, sem saber onde ir, por onde começar e o que procurar, seguia a vida fazendo mil coisas, ou, coisa nenhuma ao mesmo tempo. Escrevia, desenhava, criava animações, de vez em quando percebia sua facilidade nisso, que, pensava já ter visto em algum lugar. Não divulgava seus feitos porque de alguma forma foi a causa de algo ruim. Talvez o motivo dele parar naquele mundo arcaico, e, com uma cultura TikTokeana, onde a palavra melhorar era sinônimo de estragar por um punhado de níquel. Nesta sua trajetória, foi descoberto por uma senhora que o fez parceiro na Editora dela...

A Editora.

Numa tarde a senhora recebeu uma ligação, era uma escritora querendo fazer um livro intitulado "Um Milésimo de Mim." esta havia visto o anuncio, e, pelo conteudo confiou. Fecharam ,o acordo o ano era 2019, e o livro nasceu. Ele estava encarregado de trabalhar no projeto, automaticamente ao ver a foto, veio uma recordação daquele rosto em algum lugar, essa lembrança ainda que não fosse nítida, deixava-o curioso, logo tratou de entrar em contato com a autora. Por ser desbravador, por ter uma ousadia sem limites deu o passo necessário. Conversaram por muito tempo, ela se fechar em um novo projeto, com isso ele ficou saudoso por anos, sem saber como chegar a ela, esperou já que a vida, ou, os interesses humanos falavam as vezes mais que o silêncio. Num belo dia o celular toca, era ela, ele ficou feliz pois voltariam a conversar. De fato aconteceu, mas, o dia X desta aproximação foi quando ela falou que podia falar em video, ele correu, tomou banho as pressas como se fosse a um encontro, entraram numa conversa sobre os textos, pois, ela queria fazer vídeos para seus textos, ele prontamente se ofereceu para ajuda-la. Fizeram e entre uma conversa e outra cogitaram a ideia de não fazer parte deste planeta. Essa conversa despertou a curiosidade sobre, fazendo investigação, sentindo a proximidade entre eles e seus atributos acabaram por descobrir a origem.

A Verdade.

Marcaram para se encontrar num determinado local, quando se viram, não tiveram dúvidas. Os traços, o jeito, o olhar, deixavam explicito o sentir, mas, o que chamou mais a atenção fora o anel. No anel estava a marca daqueles que haviam jurados nunca se perderem, nunca se separarem, e, mesmo que isso acontecesse, as letras achariam um recanto para por encanto uni-los, e juntos, trariam beleza a esse mundo vazio.

Texto: Novo Mundo.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 16/04/2024 às 16:56

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 16/04/2024
Código do texto: T8043040
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