"Sim, sou eu mesma, Jeniffer, mas pode me chamar de Senhorita Morte."

Creio que nesta altura, você já tenha ligado o nome a minha criatura. Sim, sou eu mesma, Jeniffer, mas pode me chamar de Senhorita Morte. Como disse muitas coisas se falam de mim, e a mais correta é me chamarem pelo feminino, pois não tenham dúvida, a morte é uma mulher. Melhor dizendo, somos muitas mulheres, mas explicarei isto mais adiante, pois primeiro é preciso esclarecer porque uma mulher. Já disse do tempo que homens também faziam este trabalho, mas embora alguns até tivessem o dom para o serviço, a grande maioria não satisfazia as metas impostas pela “Chefia”. Sim, temos metas a cumprir, e quanto a isso nós mulheres temos excelência, e nosso perfeccionismo raramente nos deixa fracassos. Além disso, precisa-se de artimanha para o trabalho. Alguns casos são mais complicados, necessitando planejamento, delicadeza, e outras coisas que necessitam de um toque feminino. Mas o que poucos sabem é que este trabalho não é feito unicamente por um único ser. A resposta é um tanto óbvia, pois num mundo tão vasto, extenso e populoso não haveria como apenas uma “Transportadora” dar conta de tudo. Pois é exatamente isto que somos, transportadoras, ou seja, transportamos a alma da matéria física, para o espiritual. Sempre deixamos nossos transportados num ponto pré-fixado. Depois disso o que fazem com eles não é problema nosso. Somos, então, por assim dizer um grande conglomerado, uma empresa com milhares de funcionárias, com representações em todas as comunidades do mundo. E como uma empresa funciona nosso trabalho, tem as supervisões locais, e regionais, que fiscalizam o cumprimento de nossas metas, que vem da “Chefia”, a qual ninguém conhece, viu, ou ouviu, nem mesmos as supervisoras. É a “Chefia” que semanalmente envia a lista de nomes que temos que transportar. A lista vai sendo escrita no livro negro que ganhamos quando somos recrutadas. Ele possui trezentos e sessenta e quatro páginas, uma para cada semana dos sete anos que teremos de cumprir nossa função. É nestas páginas que surgem os nomes que temos que transportar. Nelas estão o nome, o endereço, o nascimento, e a data para a pessoa a ser transportada. Carimbada a lista pela supervisão, cabe a nós elaborar o meio de transporte, o que nem sempre é fácil.

continua...

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Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 19/02/2008
Código do texto: T866303
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