As Mascaras

Quando eu era muito jovem li o livro de Giovanni Papini que me despertou grande atenção – seu nome Gog. ! Descrevia sobre as Máscaras. Ainda hoje eu o conservo e releio por considerá-lo criativo, - levando-me a momentos distração, a raciocinar sobre o tema.

Repasso alguns trechos do qual ele faz um relato circunstanciado sobre as Máscaras.

- “Comprei três máscaras japonesas antigas, autênticas, maravilhosas. Coloquei-as, depois, na parede do meu quarto e não me cansava de olhá-las”.

"Os antigos sacerdotes a usavam em suas cerimônias solenes, assim também as antigas civilizações!".

- “A máscara devia ser uma parte facultativa do vestuário. Cada um poderia escolher para si a fisionomia que mais lhe agradaria, aquela que mais de acordo estivesse com o seu estado de alma”

-“Todos deviam ter em seu guarda-roupa as máscaras tristes para as visitas de pêsames, máscaras poéticas e amorosas para os flertes e casamentos, e assim por diante”.

“A necessidade de dissimular – compor o rosto de acordo com sentimentos que quase nunca experimentamos – ver-se-ia muito reduzida, limitada unicamente à palavra. Poder-se-ia visitar um amigo em desgraça sem necessidade de fingir com a própria fisionomia, uma dor que não sentimos”.

“O uso prolongado de uma máscara – como demonstra Sir Max Beerdohm (caricaturista) no seu Happy Hypocrite (1897) – acaba por modelar o rosto da carne e transforma o caráter de quem a carrega”.

“Um homem que andasse dez anos com a máscara de Rafael e vivesse entre as suas obras primas, se converteria facilmente em um grande pintor”.

“Porque não se funda, baseando-se nestes princípios um Instituto para fabricação de Talentos?”.

Giovanni Papini expressa a verdade! Apresenta seu pensamento circundado em declarações do qual ao lê-la poderá apresentar-se como irreal, duvidosa..., mas pergunto eu:

Quantas vezes nos apresentamos em reuniões, solenidade social, com semblante do qual não nos conduz a compartilhar?

Há preparação antecipada – A disjunção de nosso mundo interior – com o semblante que não corresponderá ao verdadeiro para aquele momento.

A peça de proteção do rosto para o bom convívio em comunidade – a máscara disfarçada!.

Giovanni Papini
Enviado por Marília em 12/03/2008
Reeditado em 16/03/2015
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