A historia de um falso contador

Eu me lembro a primeira mulher que eu tive. Nossa. Ter. Verbo complicado esse, não? Ok. Eu mudo. Primeira mulher que eu transei. Não... Vulgar.Primeira mulher que eu me relacionei. Sim... bem melhor! Ela era uma menina meiga, recém saida da escola. Eu tinha meus dezoito anos... E ela, não passava dos quatorze. Para ser sincero, já tive enumeras mulheres... Brancas, morenas, altas, baixas... gordinhas... até coroas, nao muito velhas, mas apenas mais velhas sabe? Mas nunca, nunca como aquele dia.Nunca "tive" alguem daquele jeito. Nunca "não" fiz algo que gostei tanto. Eu vou ser rapido, porque nao sou bom contador de histórias. Eu a conheci na faculdade. Como era meiga, chegava a me irritar. Não havia ninguém naquele maldito lugar que não gostasse dela. Sem ela, as festas ficavam mais monótonas, e admito que ficava triste quando não a via. Ela tinha algo em seu sorriso que me encantava e me irritava ao mesmo tempo. Era fulminante. As vezes, quando conversava com ela, ela sorria e o sol batia em seu rosto de uma forma que ela parecia um anjo. Mas não, eu nao gosto dela. Nao gostava... nao queria gostar. Viajamos juntos, para uma trabalho fora do estado. Foi bom a viagem, percebi que ela era uma boa amiga. Discutiamos sobre tudo, sobre a vida, e até cantamos dentro do onibus para distrair... No segundo dia, no hotel, ficamos sem ter o que fazer... falávamos de várias coisas... cotidianas... E eu não aguentei. Pedi a ela, para testar uma coisa, que já havia feito em outras meninas. Queria saber a reação dela ao meu pedido. Na minha cabeça, ela negaria no ato. Ela não negou. Como estávamos sentados no chão, cheguei mais perto. Segurei seu pescoço e senti o aroma. Que aroma! Um cheiro diferente de todos, senão único. Cheguei mais perto, meu corpo tremia, não me perguntem porque! Toquei a boca devagar na sua nuca, e um pouco mais a frente, no seu pescoço e beijei. Com a lingua eu lambi lentamente e com os labios dava pequenas modidas, mordidinhas discretas, só para reparar qual seria sua reação. Não me perguntem o que me levou a fazer tal ato. Não sei. Acho que todo o universo daquele lugar, um lugar paradisíaco no interior do Nordeste, com uma lua cheia linda e a brisa do mar, me fez vê-la com outros olhos. Quando acabei, olhei em seus olhos. Me veio uma vontade de rir tremenda... Ela me olhava com vergonha, sua face ruborizada... Pensei na hora "ela vai ma xingar"... e ela me beijou. E foi o melhor beijo que tinha tido até aquele momento. Um calor me subiu... um tremor percorreu meu corpo! Uma vontade de lhe deitar na cama, lhe desposar, lhe disvirginar... Mas acordei. Sim, acordei. Ela era pura... Pura? Ok, virgem... Nao podia me aproveitar daquele momento e fazer algo que me arrependeria depois. Arrependeria? Será? Ficamos a noite toda ali... Nos beijando... nos gostando... Ao final, deitamos na cama, sem transar... sem sexo... apenas como amigos... e dormimos juntos. Ao acordar, olhei em seus olhos e disse "Quero você para mim."

Lila Bilac
Enviado por Lila Bilac em 30/04/2008
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