Quem apanha não esquece.
Certa vez, dois amigos chamados Reinaldo e Tião discutiram em uma festa, mais precisamente uma das quermesses organizadas pela igreja, nas quais compareciam muitas pessoas.
Os dois estavam bêbados e Reinaldo acabou levando a melhor, batendo bastante em Tião e deixando seu rosto bem machucado, além de tê-lo humilhado na frente de centanas de pessoas.
Três ou quatro anos se passaram, e os amigos romperam de vez a amizade, porém, um dia, os dois acabaram se encontrando em um bar da cidade e inevitavelmente, começaram a conversar.
Tião chamou Reinaldo para tomar umas biritas e começaram a alternar cachaça e cerveja, nisso Reinaldo disse que estava arrependido e pediu desculpas, voltando a amizade, Tião consentiu com um movimento de cabeça, porém o chapéu quebrado na testa escondia seu olhar traiçoeiro.
Depois de vários goles e já bem bêbados, Tião chamou Reinaldo para mudarem de bar e irem para outro que ficava em um bairro afastado, dizendo ainda que estava de carro, que que iriam nele.
Tião saiu do bar andando devagar e disse que o carro estava a uns 100 metros adiante, e foi deixando Reinaldo andar na frente, quando dobraram a esquina, Tião sacou da cintura um revolver Smith 32, que sempre trazia consigo e disparou em Reinaldo pelas costas, que depois de atingido, ainda conseguiu correr mais uns 80 metros, fugindo do "amigo da onça", porém ficou sem forças e foi alvejado mais algumas vezes.
Tião foi preso em uma fazenda, escondido na casa de parentes e cumpriu pena por homicídio, com algumas agravantes, porém saiu da cadeia e hoje, já bem velho, ainda inspira medo e desconfiança quando entra em um bar ou outro lugar qualquer.
Já a história do Reinaldo acabou no velório, com várias moças casadas e solteiras chorando no caixão, pois além de bom de briga, ele era um conquistador.