"BOIOLA" - sem nunca ter sido!

Antonio e João – eletricitários de uma empresa distribuidora de energia – formavam dupla na equipe de combate a fraude na região da Grande São Paulo, sendo responsáveis pela verificação externa das instalações com suspeita. Serviço melindroso que exige discrição e seriedade. E como o hábito faz o monge, a postura que insere-se no dia a dia do indivíduo pode criar, inevitável e paradoxalmente, situações atipicas e aparentemente comprometedoras à primeira vista – mas engraçadas após o esclarecimento. Foi, pelo menos, o que aconteceu com eles e poderia ter acontecido com qualquer um.

Um dia, já no final do expediente, dirigiam-se eles a um motel para uma verificação de rotina. No caminho, João se lembra que precisava comprar um presente para surpreender sua esposa que faria aniversário no dia seguinte. Antonio comenta que próximo ao motel tinha uma perfumaria e faz uma sugestão. Em frente à loja João desce para fazer rapidamente a compra, enquanto Antonio aproveita para separar os documentos necessários à inspeção.

João entra na loja e compra um perfume. Logo em seguida, Antonio entra também e fala, discretamente, que já está na hora de irem para o motel e diz que terão que fazer tudo muito rápido para não chegar muito tarde na regional – onde deveriam entregar os trabalhos do dia.

 “Tudo bem” – diz João, “a surpresa já está sendo empacotada; depois você me diz se a escolha foi acertada.”. A atendente que está no balcão olha de forma estranha para os dois.

Saindo dali, foram rapidamente para o motel, efetuaram o trabalho e voltaram para a regional no prazo previsto. No caminho, já despreocupado, Antonio lembra de conferir a compra para dar sua opinião e percebe que a fragrância era masculina. Sabendo que não havia tempo hábil para efetuar a troca, sem estragar a surpresa, sugeriu que fizesse a entrega e no dia seguinte lhe trouxesse o perfume. Ficaria com ele e lhe compraria outro de fragrância feminina para a troca.

Assim foi feito e os dois, no dia seguinte, entraram juntos na loja. Antonio pede o perfume e frisa que deve ser de fragrância feminina. A atendente perguntou se era para presente e ele confirmou. Preenche então o cheque, faz o pagamento, pega o pacote, entrega ao Antonio e diz: ­- “Toma, espero que seja do agrado!” Saindo da loja, perceberam que as atendentes riam. Na hora, não entenderam porque... Depois, entretanto, deram boas risadas! E como não são egoístas nos contaram o fato com os detalhes peculiares para que pudéssemos, todos, rir um pouco também... (só não permitiram a publicação com seus nomes verdadeiros...)

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 28/02/2006
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